sexta-feira, abril 30, 2010

MESTRE OLAVO, CIRÚRGICO COMO UM LEGISTA SÓBRIO

A DIREITA QUE A MÍDIA CRIOU

por Olavo de Carvalho, no Mídia Sem Máscara, em 29/04/10

Na mesma semana em que a Folha de S. Paulo se arrogava o direito de passar pito no Diário do Comércio, posando de fiscal da idoneidade jornalística alheia, uma senhora aparecia na MTV criticando a Igreja Católica, com base na autoridade intelectual que emanava da sua condição de prostituta aposentada: o celibato clerical, ensinava a criatura, é uma indecência, pois nasceu do desejo vil de preservar o patrimônio da Igreja. Esses dois episódios - que em espírito são um só - ilustram como é difícil, nos dias que correm, distinguir entre realidade e paródia.
O segundo deles dá a entender que os mártires e santos se deixaram devorar por leões e canibais por mero interesse financeiro, ao passo que as prostitutas se entregam à lubricidade da clientela por puro amor ao próximo. É uma teoria, não é? Mas o primeiro sugere algumas considerações mais amplas, cuja ligação com o episódio em si talvez não apareça à primeira vista, embora tenham tudo a ver com ele.

O jornalismo é o irmão menor da ciência histórica; seus métodos são em essência os mesmos dela, apenas aplicados às pressas e com menos rigor.

A pesquisa dos documentos, a crítica das fontes, a confrontação de testemunhos, a conjeturação de nexos, a reconstituição narrativa ou interpretativa da ordem dos fatos, tudo faz do jornalista, quando o é de verdade, uma espécie de historiador-mirim.

O simples fato de que o currículo das faculdades de jornalismo não inclua sequer uma versão abreviada das disciplinas históricas fundamentais já basta para mostrar que aquelas instituições de ensino não servem para absolutamente nada além de dar a uma elite de pseudo-intelectuais ativistas o controle do mercado de trabalho nas redações.

Quando digo isso, sempre aparece algum espertinho alegando que a obrigatoriedade do diploma universitário no jornalismo foi instituída pelo governo militar, nada tendo portanto a ver com estratégia esquerdista de dominação.

Como se o governo não tivesse se esmerado em atender às pressas todas as exigências da esquerda que pudessem, a seu ver - tremendo engano! -, ser neutralizadas ideologicamente, acabando por dar de bandeja aos esquerdistas alguns preciosos instrumentos de agitação e de propaganda. Ainda lembro, como se fosse hoje, a voracidade com que a militância esquerdista se apossou das cátedras de Educação Moral e Cívica, instituídas pelo governo na esperança louca de disseminar o patriotismo e as virtudes. Com as faculdades de jornalismo aconteceu a mesma coisa: tudo o que é feito na ilusão da neutralidade ideológica torna-se canal para a difusão da ideologia que mais francamente se assuma como tal. Nada mais patético do que um governo autoritário ideologicamente tímido, de uma timidez que acabou por se incrustar na medula mental da nossa burguesia como um tumor incapacitante, reduzindo à condição de apêndice da esquerda o que possa ter restado de uma "direita" que nem ao estar no poder ousava dizer seu nome.

Nesse processo, aliás, o jornalismo gerado nas faculdades teve um desempenho admirável. Admirável de safadeza. Na mesma medida em que a "direita" não se assume como tal, é a mídia maciçamente esquerdista que se encarrega de chamá-la assim, com insistência obsessiva, de modo que o direitismo só subsiste no imaginário público como rótulo infamante, associado precisamente às pessoas que mais o rejeitam, ao passo que os esquerdistas raramente aparecem com rótulo, sendo sempre designados na mídia por suas profissões ou cargos sem identidade ideológica explícita (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/091007dc.html). A imagem do País na mídia torna-se uma inversão simétrica da realidade: a ideologia que tudo controla desfruta de uma confortável invisibilidade protetora, ao passo que sua inexistente adversária é exibida ante os olhos de todos como a encarnação mesma do ideologismo militante.

É precisamente esse processo que se denomina - com um termo que hoje tem nos estudos de comunicação jornalística uma acepção técnica precisa- "a espiral do silêncio" (v. Elisabeth Noelle-Newmann, The Spiral of Silence, The University of Chicago Press, 1993): uma das facções é levada sutilmente a abdicar da própria voz, deixando à inimiga o privilégio de nomeá-la, defini-la e descrevê-la como bem entenda.

Auto-hipnotizada pelo mito da neutralidade ideológica, a direita brasileira entregou-se a essa operação com a passividade de um cadáver na mesa do médico legista. Com uma diferença: nenhum cadáver é idiota o bastante para achar que faz isso por esperteza.

REINALDO, MORDAZ COMO NUNCA, MORDE O CALCANHAR DO MOLUSCO

Não vinha reproduzindo o Reinaldo aqui pois não ia fazer outra coisa, tão bem escreve. Mas esse post de hoje me fez rir (pra não chorar) tanto que trouxe pra cá.

O FÜHRER E OS MENINOS DO BRASIL

por Reinaldo Azevedo no seu blog da VEJA, 30/04/2010, às 7:09

Com o tempo, os “estadistas” vão tomando gosto pela ciência. Aconteceu com Stálin, por exemplo. Não era exatamente um gênio, mas também não era o imbecil pintado por Trotsky, seu adversário no socialismo. Uma das evidências de que não era tão burro é que ele baniu Trotsky, não o contrário. E depois mandou lhe meterem uma picaretada na cabeça. E daí? Quando não estava matando pessoas, o czar estudava lingüística. Não é mimoso? Lula também está encontrando a sua vocação no terreno acadêmico: a etnografia, ali na intersecção com a psicobiologia.

O interesse do agora presidente pela área, é antigo. Em 1989, ele já se aventurava a falar sobre a raça brasileira. Decidiu tratar da questão num debate com o seu então adversário, Fernando Collor de Mello. O diálogo sublime foi este:

Lula: O problema do Nordeste não é um problema de seca, é um problema de cerca. Daí porque defendi a reforma agrária, senão morreriam milhões e milhões de nordestinos, como está aí a imprensa dizendo e o IBGE afirmando que é possível até nascer uma sub-raça [no Nordeste].

Collor: Eu quero de alguma maneira repelir essa insinuação de que nós sejamos sub-raças, até porque sub-raça eu não sou, como também acredito que meu adversário não seja sub-raça somente pelo fato de ter nascido no Nordeste. A prova de que não somos sub-raça, deputado, é que nós estamos aqui disputando a eleição presidencial, duas pessoas com origens no Nordeste.

A resposta de Collor, hoje aliado incondicional de Lula, convenham, foi soberba. A partir dali, o petista decidiu enfiar a cara nos livros, acercar-se de especialistas, ouvir mais do que falar, dedicar-se com afinco à tarefa de entender a formação do povo brasileiro. Consta que teria dito: “Se Darcy Ribeiro pode, eu também posso”, o que é uma observação muito sensata. E formulou, finalmente, a sua hipótese, que, percebe-se, já é uma tese.

Para Lula, o etnógrafo que avança para a fronteira com a psicobiologia, uma só eugenia pode ser autoritária, mas a confluência de três resulta num povo superior, inigualável. Leiam:
“Somos o resultado de uma tríplice mistura, ou seja, uma genética purificada em três continentes, que resultou no povo que somos nós. Não sei se tem povo igual, melhor não tem, mais purificado não tem”.

Ufa! Ele fez esse discurso luminoso na Embrapa. Tentava, creio, ser simpático aos anfitriões, que aprimoram sementes, que mexem aqui e acolá para produzir espécies imunes a pragas, essas coisas “purificadas”, vocês sabem...

Bastaram dois mandatos de Lula para que a sub-raça se transformasse no padrão genético do Novo Homem.

Lula é nosso Führer. Somos os seus “Meninos do Brasil”!

quinta-feira, abril 29, 2010

DEMÉTRIO MAGNOLI PREVENDO O PRÓXIMO ESCÂNDALO

Os dois artigos de hoje, de Luiz Carlos Mendonça de Barros (no post abaixo) e este do Magnoli, publicados na FSP e no Estadão, tem inúmeros pontos semelhantes. Coincidência? Nenhuma. Apenas expressam a verdade. E portanto, ficam parecidos, ressalvado o estilo de cada um. São pessoas distintas, em qualquer senso, comentando o mesmo fato. Coincidentes são as críticas ao Governo, que procura entubar a sociedade com a operação açodada e que desrespeita os princípios de gestão da res publica. O resto é vontade de "ter feito como nunca antes". 


LULA CELEBRA GEISEL EM BELO MONTE

por Demétrio Magnoli no O Estado de S.Paulo - 29/04/10

Belo Monte lembra Itaipu, de muitas formas. O estudo de viabilidade da usina, então batizada Kararaô, começou em 1980, durante a construção de Itaipu. O nome do general-presidente Ernesto Geisel está ligado às duas obras. Itaipu nasceu do consórcio binacional firmado um ano antes de sua posse, mas tornou-se um ícone do modelo de desenvolvimento que ele personificou. O conceito original de Kararaô foi elaborado durante o seu quinquênio, como parte de um grandioso plano de exploração do potencial hidrelétrico da Amazônia. De Kararaô a Belo Monte, mudou a abordagem dos impactos sociais e ambientais do projeto. Por outro lado, a engenharia financeira da hidrelétrica, tal como exposta no seu leilão, evidencia a restauração da visão geiseliana sobre o Brasil.

Lula definiu Geisel como "o presidente que comandou o último grande período desenvolvimentista do País". A crítica ao desenvolvimentismo geiseliano não partiu dos liberais, então um tanto calados, mas da esquerda. As grandes obras de infraestrutura de sua época foram financiadas à custa do endividamento estrutural do Estado e pagas ao longo de mais de uma década de inflação. No preço oculto das variadas Itaipus, esses objetos do encantamento de Lula, deve-se contar a crise política crônica que destruiu o regime militar e envenenou os governos Sarney e Collor tanto quanto a impotência do Estado para investir em serviços públicos de saúde e educação. Tais lições, aprendidas na transição política que viu nascer o PT, são hoje renegadas, no discurso e na prática, por um presidente embriagado de soberba.

Geisel ofereceu energia barata para a indústria, subsidiando-a pela via da exclusão social de milhões de brasileiros. Uma ditadura comum pode fazer isso por algum tempo, mas é preciso uma ditadura à chinesa para sustentar tal estratégia de desenvolvimento. Kararaô não seguiu adiante pois esgotara-se o fôlego financeiro e político do modelo de Geisel. Desde a redemocratização, sob pressão dos eleitores, os governos iniciaram um redirecionamento dos fundos públicos para as finalidades sociais. O leilão de Belo Monte representa uma inflexão nessa curva virtuosa.

A engenharia financeira da usina se subordina ao dogma geiseliano da tarifa barata. O suposto benefício não passa de um subsídio indireto aos empresários industriais e comerciais, que consomem juntos quase 70% da oferta total de eletricidade. A tarifa comprimida afugentou os investidores privados, convertendo o Estado no financiador principal da obra. O BNDES entrará com 80% dos recursos, a juros subsidiados e prazo de pagamento de 30 anos. Como o BNDES não dispõe desse capital, o Tesouro pagará a conta, emitindo dívida pública.

O preço real da eletricidade que será produzida, escondido atrás da tarifa de mentira, corresponde à remuneração do capital investido na obra, mais os custos e lucros da concessionária. A diferença entre o preço real e a tarifa recairá sobre os brasileiros de todas as faixas de renda, inclusive sobre a geração que ainda não vota. Itaipu, segunda versão: apesar daquilo que dirá a candidata governista no carnaval eleitoral, o povo fica condenado a subsidiar a energia consumida pelo setor empresarial.

Lula celebra Geisel no templo profano do capitalismo de Estado. Contudo, se o general confinava as empresas parceiras à lucrativa função de empreiteiras, o presidente que o admira prefere o sistema de aliança no consórcio concessionário. O jogo, mais complexo, assumiu a forma de uma contenda entre aliados pela distribuição de poder e benesses financeiras. À sombra da regra da tarifa subsidiada, manejando os recursos públicos e o capital dos fundos de pensão, que trata como se fossem públicos, o governo impôs o controle estatal sobre o consórcio.

A Eletrobrás, imaginada como uma Petrobrás do setor elétrico, terá a hegemonia na operação da usina, pela via da participação de 49,98% da Chesf no consórcio vencedor. À meia luz, no ambiente propício aos acertos heterodoxos, desenvolve-se o processo de domesticação dos parceiros privados, que aceitarão posições subordinadas em troca de generosas isenções tributárias e da almejada participação como empreiteiros. O leilão foi apenas o ponto de partida da negociata multibilionária, que seguirá seu curso longe dos olhos da opinião pública.

A nova Itaipu custará estimados R$ 30 bilhões. Na sequência, vem aí o leilão do trem-bala, com custo similar, também financiado essencialmente por meio de emissão de dívida pública. O PT nasceu no ano da concepção de Kararaô e no rastro da crítica de esquerda ao peculiar nacionalismo geiseliano, com a sua aliança entre o Estado-empresário e uma coleção de grandes grupos privados associados ao poder. Três décadas depois, é no capitalismo de Estado que ele busca um substituto para a descartada utopia socialista.

"No Brasil dos generais, quem quisesse crescer tinha de ter uma relação de dependência absoluta com o setor público", explicou um alto executivo da construtora Norberto Odebrecht, que participou da fase derradeira da construção de Itaipu. O fundador da empresa mantinha relações estreitas com Geisel. Seu neto, Marcelo, atual presidente da Odebrecht, conserva uma coerência de fundo com as ideias do avô. É essa coerência que o levou a afirmar, três meses atrás: "O Chávez tem vários méritos que o pessoal precisa reconhecer. Antes dele, a Venezuela estava de costas para a América do Sul e de frente para os EUA. Vocês podem questionar o que quiserem, mas é inequívoca a contribuição que Chávez deu à integração do continente americano. É inequívoco, também, que os objetivos são nobres."

Marcelo Odebrecht pode ou não ter objetivos "nobres", mas não é ingênuo nos negócios - nem em política. A Odebrecht negocia a sua incorporação ao consórcio de Belo Monte. Ela tem bilhões de motivos para gostar do capitalismo de Estado.

É SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP

PIMENTA NO DOS OUTROS É BRAVATA: A SORDIDEZ DE LULA E DO PT

Sem comentários.

O resultado final do leilão da concessão da hidrelétrica de Belo Monte permite avaliação profunda dos chamados anos Lula

por Luiz Carlos Mendonça de Barros, na FOLHA DE SÃO PAULO - 29/04/10

Nesse ato do Executivo estão presentes questões políticas, administrativas e, principalmente, de comportamento ético e moral que precisam ser devidamente entendidas. A mídia centrou sua cobertura nos detalhes técnicos mais pontuais, como a questão ambiental, a questão financeira e a questão de viabilidade técnica da concessão.

Na esteira do debate que vai se seguir, certamente estarão presentes reflexões de natureza mais abrangente. Essa é a dinâmica natural em uma democracia aberta, como a brasileira. É com esse objetivo que escrevo hoje sobre o leilão de Belo Monte. Por ter participado como ator do processo de privatizações no governo FHC, creio ter uma contribuição muito particular na avaliação da ação do governo no caso de Belo Monte.

Durante mais de dez anos estive envolvido em uma série de procedimentos -no nível administrativo do Tribunal de Contas da União e no legal em vários níveis da Justiça brasileira- em relação às regras que a Constituição brasileira estabelece no caso da alienação de bens públicos, e meus comentários a seguir nascem exatamente desse caráter especial de minha relação com as privatizações.
O que mais chama a atenção neste caso é que, na busca de realizar com êxito o leilão de Belo Monte, o governo usou os mesmos instrumentos operacionais que condenava quando estava na oposição ao governo FHC.

Interferiu diretamente na formação dos consórcios, manipulando o comportamento dos fundos de pensão públicos, pressionando empresas privadas como a Vale para participar da licitação e até colocou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como agente ativo do processo. Foi ainda mais longe em sua ação para viabilizar o leilão: deu isenção de 75% do Imposto de Renda para o empreendimento e mandou o BNDES financiar 80% do valor do investimento. O leitor da Folha precisa saber que, nas normas operacionais do BNDES, o valor do financiamento de qualquer projeto pode chegar no máximo a 60% do total.

Quando Lula e o PT usavam - como confessou mais tarde nosso presidente - bravatas para pressionar o governo tucano, todas essas ações eram apontadas como um crime contra a Constituição.

Alguns juristas engajados na luta política da oposição de então nos acusaram - publicamente - de estarmos quebrando o princípio da impessoalidade ao agir de tal forma. Segundo eles, o governo tinha que ser isento, deixando que os interessados no processo agissem de forma totalmente livre. Aliás, foi a partir desse entendimento legal que vários procuradores federais iniciaram processos judiciais contra nós.

E agora, como caracterizar esse arsenal de ações do governo para viabilizar a concessão de Belo Monte? Onde estão os juristas que foram a público acusar de maneira incisiva os ilícitos cometidos pelos membros do governo FHC responsáveis pelas privatizações? Terão eles a mesma leitura de Antonio Gramsci, de que, no caso de um governo popular, todas as ações na busca do poder político em nome do povo são justificáveis?

Vou ainda mais longe nos meus questionamentos: será que, após executarem as mesmas ações que condenavam no caso de FHC, vão os petistas trazer novamente as denúncias contra as privatizações tucanas nas eleições que se aproximam? Vão ainda falar na privataria tucana?

Os responsáveis pela realização do leilão de Belo Monte não correm, todavia, os riscos de serem processados na Justiça como fomos nós em 1998. Recentemente, o Tribunal Regional Federal de Brasília confirmou - por unanimidade de seus membros - a decisão da Justiça Federal de primeira instância que considerou absolutamente legais os procedimentos adotados pelo BNDES na privatização da Telebrás em 1998.
Temos agora uma jurisprudência formada sobre como deve proceder o administrador público em casos como o leilão de Belo Monte.

A tese de quebra do princípio da impessoalidade, levantada pelos juristas petistas em 1998, não passou de uma justificativa muito pobre e oportunista para permitir a luta política contra o governo Fernando Henrique Cardoso. Que a opinião pública seja mais uma vez lembrada disso.

terça-feira, abril 27, 2010

LA TERCERA, JORNAL CHILENO, PUBLICA O QUE OS DAQUI NÃO TEM CORAGEM

Foi preciso que um jornal lá do Chile tivesse a coragem de publicar o que já rola na internet (para os poucos a que esta tem acesso) há algum tempo, a ficha pregressa da candidata passível de vir a dirigir os destinos desta nação pelos próximos 4 anos, a partir do momento em que o Mulah apear do poder. Gostaria imensamente que algum dos jornalões ou mais ainda, alguns dos jornalinhos brasileiros tivessem a metade desse destemor.


Não satisfeitos em reproduzir as informações, os chilenos ainda entrevistaram Bolívar Lamounier, um renomado analista político, de modo a dar ao que poderia ser tachado de "golpe baixo da oposição" ou "informações de origem duvidosa e sem fundamento", um tom de seriedade. À prova de Marcelos Brancos e sua cornucópia de sites, blogs e twitters à serviço do que há de pior.


Cliquem para ampliar e não se preocupem com o fato de ser em espanhol. Dá para ler e entender, "duela a quien duela!"

KARALHOKOPTER 22

APENAS SIGAM O LINK, É IMPAGÁVEL!

Cliquem no título e deem boas risadas. Grande I-Piauí Herald!

segunda-feira, abril 26, 2010

"RETRANSMITINDO" DO BLOG DO NOBLAT: PALAVRAS DE CIRO GOMES
GRIFOS MEUS!!!

De Ciro Gomes em entrevista à Rede TV na madrugada de hoje:

Hoje quem manda no PMDB não tem escrúpulo, nem ética. Michel Temer é o chefe dessa turma.
PMDB é um ajuntamento de assaltantes.
* Não abandono a candidatura presidencial. Mas respeitarei a vontade do meu partido. Lamentarei se não for. Ficarei triste.
* Daqui a 15 anos terei a idade q o Serra tem hoje. Por isso náo posso dizer que não serei candidato a presidente [outra vez].
* Vou parar um pouco. Escrever, pensar, ganhar algum dinheiro [se não for candidato a presidente].
* O que afirma um partido é a disputa nacional. Se pesquisa valesse para tirar candidatos do páreo, Lula não teria sido candidato. Nem FHC.
* Montenegro, do Ibope, vende resultado de pesquisa. Ele vende até a mãe.
* Sabe quantas vezes saí na Rede Globo sendo o deputado proporcionalmente + votado do país? Uma vez, no Jornal Nacional.
O Ibope e o Sensus fazem qualquer negócio. O Datafolha é o único instituto que não se aluga a partidos e empresas.
* Só quem não chora nesse país é Serra que tem olho de cobra.
* Acho que Lula está completamente errado. O Brasil tem uma diversidade de opiniões. Confinar em um bi-partidarismo? Está errado.
* Essa polarização PT e PSDB faz muito mal ao país.
O PT fez uma campanha golpista contra FHC com aquela história de Fora, FHC.
* Aí Lula vem p/ o poder, bem avaliado, o que faz o PSDB? Uma escalada golpista com a história do mensalão.
* FHC se juntou com uma turma inescrupulosa, bandida e suja para governar. E vem Lula e se junta com essa mesma gente?
* Para governar a gente faz aliança depois, com o povo na jogada. Esse tipo de aliança [de agora] é para não apurar nada.
* Até Itamar Franco governou sem essa corja [que hoje governa]. Quando se chega ao poder então tudo que se dizia deixa de valer?
Sabe quem foi ministro da Justiça do governo FHC? Renan Calheiros. Quem comanda o esquema de Lula no Senado? Renan.
* Vamos entregar a Dilma um governo já refém do passado?
* Dilma é uma figura de grande valor. Decente, competente, honesta. Lula escolheu a melhor.
Torço pelo futuro do meu país. Há 3 ou 4 meses eu era o herói do PT. Hoje sou agredido de forma rasteira, pouco educada.
* Não tenho nenhuma revelação a fazer a não ser dar testemunho de que Lula fez um governo decente, honesto e republicano.
* Vou votar onde meu partido mandar. Mas vou precisar de alguns dias para curar minhas feridas.
* O mensalão foi uma tentativa golpista. Teve 9 pedidos de impeachment contra Lula.
* Ajudei a fazer o impeachment de Collor. Mas será que foi certo? Ajudamos a plutocracia.
* Apoiará Dilma se não for candidato? "Eu seguirei o meu partido".

IMPORTANTE: EDUCATIVO E ESCLARECEDOR: DENNIS L. ROSENFELD

Confesso que ao abrir o jornal tomei um susto com a liberalidade. Que audácia, permitir a alguém publicar um disparate tamanho! Mas felizmente em seguida li o nome do autor e me tranquilizei. E logo na primeira linha do texto de Rosenfeld, a explicação para tão horrendo título sobre tão desprezível personagem.

É artigo para guardar. Apreciem.


Viva Marighella!

por Denis Lerrer Rosenfeld, no O Estado de S.Paulo - 26/04/10

Não se preocupem, não enlouqueci! Para quem quiser compreender o "abril vermelho" do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) é altamente recomendável a leitura da Revista Sem Terra de fevereiro-março deste ano. Na capa, uma manchete para homenagear Marighella como herói nacional, além de elogios à revolução socialista de Chávez e dos irmãos Castro, com críticas veementes ao agronegócio e ao "latifúndio da mídia".

A matéria central versa sobre o sentido de ser, hoje, "marighellista". Para os mais jovens, convém lembrar que Marighella foi um comunista que lutou para implementar o comunismo no Brasil, tendo como modelo a ex-União Soviética. Por discordar da linha do Partido Comunista Brasileiro, contrário à luta armada, fundou a sua própria organização, a Ação Libertadora Nacional (ALN), partindo para o que se denominava, então, de guerrilha urbana. Era um stalinista, e não um partidário da democracia, como os seus partidários procuram apresentá-lo atualmente. Foi morto pelos militares em 1969, tendo o seu projeto sido, dessa maneira, abortado.

Ora, esse indivíduo, com tal curriculum, que mais se assemelha a uma folha corrida, é apresentado pelos invasores do "abril vermelho" como um partidário da democracia. "Marighella não vive no retrato na parede nem nas lembranças que guardamos. Vive nos ensinamentos e atitudes que conformaram nossa herança." O problema reside precisamente aqui, nessa herança que o MST e a CPT procuram resgatar como "nossa", a saber, a herança comunista, socialista, deles, da qual não pretendem abdicar. Ao contrário, procuram nos impô-la, mudando o sentido mesmo das palavras. Os nomes mudaram, porém os significados permanecem. Agora, quando ouvimos falar de "solidariedade" e "justiça", palavras proclamadas pelos ditos movimentos sociais, somos como que compelidos pela simpatia, quando, na verdade, estamos sendo literalmente enganados.

"Carlos Marighella é um herói." Ou ainda: "Importa é que sem mesmo entender os motivos, intuímos que necessitamos do exemplo de nossos heróis. Invocá-los em nossa mística para que possamos sentir sua continuidade, tomar emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem de combate, a sua roupagem." Logo, deveria ser comemorado como um dos nomes mais destacados de nosso país, devendo servir de exemplo para os mais jovens. Na perspectiva do PNDH-3, o esquerdista Plano Nacional dos Direitos Humanos, deveria constar dos livros didáticos, que formariam a cabeça dos nossos jovens. A linguagem política é a mesma. Como ele apregoa o banimento dos símbolos religiosos, eles seriam substituídos por esses novos "símbolos políticos". Segundo a nova doutrina, Estados como São Paulo e Santa Catarina deveriam mudar de nome, por não corresponderem à nova concepção. Talvez pudessem ser chamados Estados Marighella e Lamarca. Os heróis nacionais seriam, então, homenageados adequadamente! Pode parecer brincadeira, infelizmente não o é.

O novo modelo é a Venezuela de Chávez, além da ilha-prisão dos irmãos Castro. Tão paradisíaca que as pessoas procuram dela fugir. Mais vale o preço da liberdade que a realização do socialismo. Mais do que isso, procuram estabelecer uma organização supranacional capaz de levar a cabo esse objetivo. Um dos seus projetos é o da Alba, a aliança chavista. "Diante disso (das tarefas da revolução latino-americana), as políticas da Alba têm como alternativa organizativa fortalecer as bases dos movimentos sociais do continente, fundamentando-se numa política de soberania alimentar, na luta pela reforma agrária, na produção de alimento saudável e agroecológico - ensinada em escolas específicas no Brasil, em Cuba e na Venezuela." Note-se o uso de termos politicamente corretos, como "produção de alimento saudável e agroecológico", tendo como função velar o projeto "bolivariano", "socialista", que é ensinado nas escolas do MST pelo País afora. Eis o destino dos recursos dos contribuintes quando o governo brasileiro financia essas escolas, que são verdadeiras escolas de quadros militantes.

Torna-se, portanto, vital para a consecução desse projeto político controlar as mentes, formar a opinião pública. Eis por que em outro artigo é apregoado o controle "social" dos meios de comunicação, o controle "emessista", "bolivariano", "socialista" dos meios de comunicação, para dizer as coisas claramente. Num artigo de elogio à 1.ª Conferência Nacional de Comunicações, em que pontificaram os mesmos ditos movimentos sociais, que se arvoram em verdadeiros delegados da "sociedade civil", condenação explícita foi feita às empresas de mídia e aos jornais. Para eles, a luta contra o agronegócio, contra a agricultura de mercado, é a mesma que é empreendida contras as empresas de mídia.

"O dilema da mídia é o mesmo dilema que há em outros setores. Então, não há pacto com latifundiário, pois ele nunca vai querer perder o latifúndio, nem de terra, nem de mídia. Porque são empresas de comunicação e, por trás, grupos de empresários e um modelo econômico." Em bom português, trata-se de suprimir a economia de mercado, o direito de propriedade e as liberdades próprias de uma sociedade democrática, em particular a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral.

Em editorial, é afirmado que o combate a ser travado é contra os "polos dinâmicos da acumulação capitalista", tendo como alvo, no campo, os seus setores mais "modernos", como os "monocultivos da cana-de-açúcar, eucaliptos e soja". A questão não é o latifúndio, não é a reforma agrária, mas o projeto bolivariano-socialista-comunista. O Brasil está sendo presenteado, neste mês, com mais um "abril vermelho", numa crônica de invasões anunciadas. Crônica de uma impunidade crônica, como se a sociedade brasileira tivesse de conviver com essa forma de violência política. Podemos, assim, compreender melhor o seu significado.

quinta-feira, abril 22, 2010

FINALMENTE ALGUÉM DÁ UM PUXÃO DE ORELHAS,
O QUE AINDA É MENAS QUE UM CHUTE NO SACO

Lula acha que pode tudo, fala e age como se fosse um "ser supremo", ao qual nada ou ninguém pode tocar ou alcançar. Muito disso vem de dentro, de uma sensação de inimputabilidade que ele intui, embora jamais possa vir a admití-la. É o conceito de que sendo "o cara" desprovido de estudo, desprovido de bom senso e desprovido de vergonha - qual um selvagem, um índio, ou uma criança, um deficiente mental ou um agente fora de sua capacidade mental plena por força de substancias estupefaciantes - não pode ser responsabilizado por seus atos.

De uma maneira muito malandra, Lula usa isso para falar o que bem entende, para quem quiser. O perigo é que há gente no mundo (e como há!) que chega a levá-lo a sério por um instante sequer. Repito aqui: Lula é aquele mesmo jardineiro de "Being There", magistralmente interpretado por ele mesmo, no lugar de Peter Sellers. Acho que o Paulo Coelho fez escola e, agora, o mundo terá de aturar Lula dando pitaco pelo resto dos seus tempos.


GAFES ABALAM IMAGEM

POR John Paul Rathbone, no FINANCIAL TIMES

Após navegar pela crise global, o Brasil se tornou importante no palco das nações. Só na semana passada, Brasília acolheu os líderes de China, Rússia e Índia na segunda Cúpula dos Bric -a África do Sul também esteve lá.

O mais surpreendente foi a rapidez da ascensão do Brasil. O país participou pela primeira vez de uma Cúpula do G8 há apenas seis anos, como observador. Havia na época cerca de mil diplomatas brasileiros ocupando postos no exterior. Hoje são 1.400. No ano passado o Brasil até abriu embaixada em Pyongyang (Coreia do Norte).

"Brasil, Rússia, Índia e China têm um papel fundamental na criação de uma nova ordem internacional", disse o presidente Lula na semana passada, recorrendo a um tipo de retórica imperial que se poderia esperar de Rússia ou China. Mas no caso de Lula, a linguagem é adoçada pela imagem global de cara normal - ou "o" cara, como Barack Obama o chamou- desse ex-líder sindical de 64 anos.

Lula não sente nenhum desconforto em abraçar Hillary Clinton num dia e Mahmoud Ahmadinejad num outro -o que ele pretende fazer de novo durante visita a Teerã em maio. "Estou contaminado pelo vírus da paz", diz Lula. Seu ministro da Defesa destaca que o país não tem inimigos.

No entanto, a política de arco-íris pode estar chegando ao seu limite e corre inclusive o risco de minar os planos de o Brasil conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Recentes gafes abalaram a imagem encantada do Brasil e a de seu presidente. "Um gigante político, mas um pigmeu moral", destacou Moisés Naím, editor da "Foreign Policy".

Houve o momento, em fevereiro, quando um militante de direitos humanos cubano morreu após uma greve de fome de 86 dias. "Não acho que uma greve de fome possa ser usada como pretexto para libertar gente", disse Lula, apesar de ele mesmo ter usado essa forma de protesto durante a ditadura militar no Brasil. Há também a vizinha Colômbia, que o Brasil criticou pelo acordo com os EUA para usar bases colombianas, enquanto ignora o apoio da Venezuela à guerrilha das Farc e as compras de armas russas por Caracas.

Por fim, há o Irã. No ano passado, Lula parabenizou Ahmadinejad por sua contestada reeleição. Após comparar manifestantes a torcedores de futebol insatisfeitos, Lula convidou o iraniano ao Brasil, como parte do estilo de mediador adotado por Brasília, que apoia o direito do Irã à energia nuclear mas não às armas atômicas.

Para os críticos, é uma política externa narcisista e ingênua. Mas, a exemplo de todos os países poderosos, o Brasil persegue o que julga ser do seu interesse. Saber se está agindo certo é outra questão.

Os erros não custaram caro ao Brasil, até agora. O comércio responde por apenas um quinto da economia, portanto manter a boa vontade comercial do Ocidente não é algo decisivo. A política externa tem pouco impacto sobre os eleitores. O Brasil enfrenta menos desafios de segurança, necessidade econômica e política interna que a maioria. Por isso pode se dar ao luxo de dizer o que quiser -sobre Irã ou qualquer tema.

O desafio maior será depois da eleição presidencial de outubro, quando o Brasil deverá seguir sem o amparo do charme de Lula. A imagem de império de pelúcia pode não perdurar.

quarta-feira, abril 21, 2010

terça-feira, abril 20, 2010

segunda-feira, abril 19, 2010

O CASO BELO MONTE, PELO LADO TÉCNICO

Marcos Lefèvre é um profissional de mão cheia. Pautou toda a sua vida com um nível de estudos acima da média e por um primor técnico na carreira, que o fizeram merecedor de toda a confiança, e ainda mais se o assunto é a sua especialidade, energia elétrica. Seu artigo abaixo deve ser tomado exclusivamente pela vertente técnica e sua defesa da Usina de Belo Monte se dá tão somente neste contexto - energético/ambiental. Sigo sua orientação de olhos fechados.

Infelizmente, no contexto político atual, a boa e saudável idéia de se aproveitar hidreletricamente Belo Monte já vem mostrando, em perspectiva, inúmeras maracutaias políticas e financeiras que envolvem, como sempre, a "democrática" participação dos nossos bolsos - via BNDES e/ou as "subsidiárias" do Estado, os fundos de pensão das estatais controlados plenamente pelo Governo atual - que poderão transformar uma idéia muito saudável ambientalmente (como o artigo deixa bem claro) num belo monte de vocês sabem o quê, pago integralmente por nós, eternos financiadores dessas festas para a qual não somos convidados.


Hidrelétricas, Belo Monte e Avatar

por Marcos Lefèvre, na Gazeta do Povo (do Paraná), em 19/04/10

No mês de março deste ano, o Centro de Estudos da Consultoria do Senado Federal, liberou o estudo:”Transformações Recentes da Matriz Brasileira de Geração de Energia Elétrica – Causas e Impactos Principais”

Como a grande maioria de brasileiros, frequentemente decepciono-me com as notícias que nos chegam de nossos representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, mais para as páginas policiais do que para as de política ou economia.

Foi um alento saber, através da analise do referido trabalho, que no ano de 2007 foi criado este Centro de Estudos na Consultoria do Senado Federal, com o objetivo de “aprofundar o entendimento de temas relevantes para a ação parlamentar”.

Espero que os membros do Senado realmente levem a sério os trabalhos do Centro que eles mesmos criaram, dedicando um tempo para estudá-los e examinando que ações devem ser tomadas no âmbito daquela casa parlamentar, para implementar as ações que se fazem necessárias para o benefício do país.

O trabalho em questão é muito amplo e faz uma avaliação profunda do assunto. Evidencia de forma corajosa, com dados e fatos, as dificuldades que vem sendo enfrentadas para a expansão do parque gerador nacional, concluindo que se nada for feito, teremos tarifas de energia elétrica mais elevadas, maiores riscos de desabastecimento e mais emissão de gases de efeito estufa.

Este quadro tenebroso deve-se à enorme dificuldade para utilizar a imensa reserva hidrelétrica do país, com o abastecimento passando a depender cada vez mais de fontes térmicas, caras e poluentes.

O trabalho destaca que: “as estratégias dos variados setores contrários à solução hidrelétrica conseguiram, na prática, estabelecer um “veto branco”, se não às usinas, ao menos à construção (formação) de reservatórios, aos quais foram impostas severas restrições”.

Nesse aspecto creio que esta conclusão, embora verdadeira, se faz até excessivamente otimista. As dificuldades para se viabilizar a construção de uma usina hidrelétrica são enormes e o país está praticamente desistindo, para prejuízo dos brasileiros, de construir usinas com reservatório.

E como ocorre este “veto branco” ? O trabalho do Senado Federal demonstra coragem ao afirmar: “Esse clima (anti-hidrelétricas) é mantido por meio de um eficiente trabalho de comunicação realizado por ONGs ambientalistas, indígenas, celebridades internacionais, e por determinados movimentos sociais, tais como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Eles têm sido extremamente eficientes para mobilizar a imprensa e a opinião pública contra a construção de usinas hidrelétricas, em geral, e, em especial, contra aquelas dotadas de reservatórios d’água”.

Destaca ainda que “a construção de usinas hidrelétricas sem reservatórios (a fio d’água) – (estabelece) prejuízo que nunca mais poderá ser reparado, porque, ao menos num horizonte de tempo previsível, não se destruirá uma usina para construir outra com reservatório, em seu lugar. Salienta também que a opção por construir usinas sem reservatório “está em confronto com o conceito de aproveitamento ótimo, claramente estabelecido na Lei, mas que não vem sendo cumprido, em face de um insuperável veto branco oposto aos reservatórios. “

Cumpre recordar que num passado não tão distante, o sistema elétrico brasileiro tinha regularização plurianual. O que isto significava? Que mesmo que ocorresse um ano de poucas chuvas, nossos reservatórios garantiriam o abastecimento até, pelo menos, o ano seguinte.

Pouco a pouco estamos abrindo mão destes “cofres de energia”. Com isso, bastam alguns meses de menor pluviosidade ou de atraso no período úmido, para termos que colocar térmicas em operação, com a consequente elevação de custos para o consumidor e maiores emissões de gases estufa e poluição ambiental. Se a seca for significativa, até mesmo o racionamento de energia pode se fazer necessário.

O estudo da comissão do Senado Federal também faz menção a analise feita por especialistas que com o planejamento que se configura, restringindo a construção de usinas com reservatórios, “haverá uma perda na capacidade de regularização do sistema hidrelétrico da ordem de 10%, entre 2010 e 2020. Essa perda terá que ser compensada pela construção de termelétricas, o que implica em aumento das emissões de GEE (gases de efeito estufa).” Estima-se também que “cada 1% de perda da capacidade de regularização (provida pelos reservatórios das hidrelétricas) equivalerá a um aumento de 23% nas emissões”

Ao desistirmos de formar reservatórios, deixamos de usufruir de outros benefícios por eles proporcionados como o controle de cheias, a viabilização da captação de água para as populações locais ou para irrigação, ou mesmo do uso do lago para o lazer dos ribeirinhos. Também se esquece que estes reservatórios são importantíssimos para viabilizar a instalação de fontes renováveis intermitentes, como instalações eólicas ou solares. Associar parques eólicos a hidrelétricas, por exemplo, permite aproveitar ao máximo a energia dos ventos. Havendo vento, reduz-se a geração hidrelétrica. Nas situações de pouco vento ou vento excessivo que obrigue desligar os aerogeradores, a hidrelétrica produz a energia necessária, graças ao estoque de energia propiciado por seu reservatório.

Com a proximidade da licitação da usina de Belo Monte, caímos na situação bem identificada pelo trabalho da comissão do Senado Federal. Vemos agora o diretor James Cameron e a atriz Sigourney Weaver, defendendo que o Brasil desista dessa obra, importantíssima para o país. Algumas de suas manifestações evidenciam seu completo desconhecimento do tema energia e meio ambiente. Exemplos disso são as afirmações de que as energias alternativas, eólica e solares, seriam mais baratas e que as hidrelétricas são uma alternativa energética ultrapassada, do século XIX e não do XXI.

Vejamos algumas informações importantes que os artistas desconhecem. Os países desenvolvidos interromperam a construção de hidrelétricas somente por terem exaurido praticamente todo o seu potencial disponível. Mesmo assim, os EUA estão com um programa para aproveitar a “raspa do tacho”, com o Department of Energy tendo recém-concluido um levantamento detalhado dos potenciais hidrelétricos que ainda podem ser aproveitados.

O Brasil sabe muito bem como construir hidrelétricas ambientalmente adequadas. Tanto é assim que a Copel, por exemplo, ganhou o prêmio internacional IHA Blue Planet Prize, no ano de 2003, pela excelência ambiental na construção de Salto Caxias.

A usina de Itaipu é outro excelente exemplo, tendo também obtido reconhecimento internacional pelo seu respeito ao meio ambiente. Por outro lado, se formos consultar os jornais de 30 ou 40 anos atrás, encontraremos reações enormes a sua construção. “Itaipu vai provocar terremotos ! Itaipu vai mudar o clima ! Haverá expansão da esquistossomose, diminuição da pesca e empobrecimento do solo ! O assoreamento do lago (impedindo a produção de energia) ocorrerá em poucos anos!”. Se estas críticas infundadas tivessem prevalecido, as populações brasileira e paraguaia não teriam contado com a energia segura, barata e ambientalmente adequada que a usina vem proporcionando. Os prejuízos econômicos e sociais sobre toda a população dos dois países seriam inimagináveis!

Também é interessante observar que artigo recente da Gazeta do Povo do Paraná (“Tempo perdido na defesa dos rios do Paraná”, de 2 de março de 2010), evidenciou que a melhor qualidade da água nos rios de nosso estado ocorre nas proximidades de nossas usinas hidrelétricas. Isto não causa surpresa a quem atua no setor elétrico, já que conhecemos bem o cuidado dos profissionais da área ambiental de nossas empresas com esta questão.

A intermitência das chamadas fontes alternativas, assim como seu custo, fazem com que abandonar a construção de hidrelétricas, no Brasil, inevitavelmente implique em construir mais usinas térmicas convencionais e nucleares. É isto que, infelizmente, vem ocorrendo no país. Mesmo no caso dos Estados Unidos, que conta com um enorme programa de instalação de fazendas eólicas, uma significativa expansão de usinas térmicas, especialmente a gás, está prevista para os próximos 10 anos. Serão mais 140 mil MW em térmicas a gerar gases de efeito estufa.

Certamente tudo isto o diretor de Avatar desconhece.

Concluindo, é interessante lembrar que o famoso ambientalista James Lovelock, criador do conceito Gaia, de onde Avatar se baseia, ao ser recentemente perguntado se defendia para o Brasil a expansão da geração através de nucleares, respondeu “eu creio que esta não seja a melhor opção para o Brasil. Vocês têm feito um bom trabalho com a geração de energia hidrelétrica.” ´

O cidadão brasileiro, que consome apenas 20% da energia elétrica que
consome um cidadão dos vizinhos do norte, EUA e Canadá, não pode ser
tolhido em utilizar uma fonte de energia barata, segura e renovável,
propiciada por suas hidrelétricas, fundamentais ao bem estar do país!

Marcos Lefevre, engenheiro, mestre em sistemas de potência e ex-superintendente de operação da Itaipu Binacional.

domingo, abril 18, 2010

PERCIVAL PUGGINA NO MIDIA SEM MASCARA - DIRETO E RETO

Tem gente que escreve. E tem gente que escreve muito bem. E o caso do Puggina. 

Más companhias

por Percival Puggina, em 13 Abril 2010, no Midia Sem Mascara

As fanfarronadas com os números da economia nacional são quase incompreensíveis para quem conhece os dados mundiais. O Brasil, com Rússia, Índia e China, faz parte do BRIC, a nata na leiteria dos países emergentes. Pois bem, nos sete anos que vão de 2003 a 2008 (período áureo de Lula), o crescimento do PIB brasileiro foi sempre o menor dentre esses parceiros, exceto em relação à Rússia, no ano passado.

Perdemos para todos nas demais 20 comparações de desempenho anual possíveis. E crescemos, sempre, bem abaixo da média do grupo. Se alguém - vá lá! - considerar que a parceria do BRIC é muito exigente, saiba então que, no mesmo período, nosso crescimento foi o 23º entre os 32 países que compõem a América Latina e o Caribe! Por fim, alguém precisa avisar nosso presidente de que as perspectivas nacionais estão longe de ser consistentes porque nenhum país progride de modo sustentável sem altas taxas de investimento e sem um bom sistema de ensino. Quanto ao primeiro fator, andamos abaixo do recomendável. Quanto ao segundo, mantemo-nos como um país produtor de semianalfabetos, ocupado na ideologização dos alunos, e sonhando com colher belos números de uma economia de empresa enquanto combate o sucesso e exsuda socialismo pelos poros.

Por isso, sempre que ouço o presidente, volta-me à lembrança a heroína Viola, em Noite de Reis, de Shakespeare. Horas tantas, nessa peça, a moça afirma odiar a ingratidão, a mentira, a tagarelice e a embriaguez. Já devo ter referido essa citação "somewhere, some time". Mas as palavras permanecem adequadas. Muito adequadas.

Como nunca antes na história, Lula revela desprezo por tudo que ocorreu Brasil no pequeno período que vai de 1500 até 2002. Nada feito antes de sua chegada ao poder merece consideração, exceto talvez, o esforço dele para chegar ao poder. No entanto, percorra de A a Z o elenco de medidas que retirou o Brasil das severíssimas dificuldades vividas nos anos 80 e 90 e verá que o presidente jogou contra essas providências todo o peso de seu partido, a ampla gama de organizações por ele aparelhadas e as respectivas massas de manobra. Foi uma campanha tão persistente e demolidora que arrasou reputações. Se Henrique Meirelles tivesse sido presidente do Banco Central no governo de FHC também teria sido jogado no inferno da maledicência por ter feito exatamente o que agora faz dele um santo nos altares do governo.

Note que os ombros sobre os quais Lula presidente passa o braço protetor, são, com raras exceções, os mesmos onde Lula candidato descarregava as culpas dos males nacionais. Em tais afagos cabem alguns dos maiores - digamos assim - fichas-sujas da nossa era moderna. Tamanha atração pelas más companhias lhe providenciou uma base parlamentar cuja solidez repousa no encardido balcão das negociações. Não nos surpreendamos, então, com que o sucesso dessa subpolítica interna haja desenhado uma estratégia simétrica na sua política externa. E lá se foi nosso estadista, a bordo do Aerolula, atrás dos fichas-sujas do planeta, para acolhê-los no lado esquerdo do peito. Mas caramba! Quem anda em tão más companhias, será boa companhia? O leitor sabe: se desse para elogiar os mesmos personagens e abraçar-se aos mesmos parceiros perderia os amigos e o respeito da família.

sexta-feira, abril 16, 2010

CAMPANHA PRA COPA SER NOSSA: DIVULGUEM

Como o Dunga não é, a despeito da tentativa feroz da CBF (leia-se quem vocês quiserem), um técnico de futebol, nem um sujeito com muitos neurônios atuantes - se fosse, nunca teria relacionado e menos ainda levado ao campo de refrega nomes (nem mesmo para ficar à margem) como Josué, Kleberson ou Ramires -, a gente precisa fazer uma baita campanha para que ele leve, pra Africa do Sul, gente que faz, principalmente, gols.

Fica então deflagrada a campanha:  


Se com Messi a Argentina cresce, com Neymar vamos detonar!


Não é possível que o maior anão do mundo não consiga ver o que o Brasil todo já viu.


Que só a dupla Robinho-Neymar para infernizar os times adversários, incendiar a torcida sul-africana e deixar os goleiros adversários cansados e com dor na coluna de tanto buscarem as bolas no fundo de suas balizas.


Vamos fazer uma corrente para alcançar o "convencimento" dos neurônios dungais
Se a CBF acha que pode, o povo unido pode muito mais!   


Neymar no ataque! Ah, e leva o Ganso também!

quarta-feira, abril 14, 2010

UM ARTIGO SÉRIO SOBRE ASSUNTO "DE PIADA"


Algumas verdades sobre os homossexuais, e todo o oba-oba intentado pelo PT (Partido da Teratologia?) para arregimentar mais essa parcela de "incompreendidos" para que votem em seu projeto de dominação nacional. Do PT, não dos gays, claro...


A mentira que ganhou asilo
por JULIO SEVERO, Mídia Sem Máscara, em 14 ABRIL 2010 


"Desde 2003, o governo Lula vem promovendo e impondo a agenda pró-gay, não só no Brasil, mas também no mundo. Sob Lula, o Brasil foi o primeiro país a apresentar, em 2003, uma resolução na ONU classificando o homossexualismo como direito humano inalienável. O mesmo tipo de resolução foi apresentado pelo governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos.

Sob o governo Lula, há crescentes mecanismos políticos e legais para amedrontar e amordaçar as pessoas que discordam do comportamento homossexual. O programa federal "Brasil sem Homofobia" exige interferência pró-gayzismo do governo em todas as áreas da sociedade brasileira.

Mesmo assim, o homossexual brasileiro Augusto Pereira de Souza, de 27 anos, obteve asilo do governo de Barack Obama. Motivo? Perseguição. Ele alegou que não pode voltar ao Brasil porque o Brasil é um dos países mais violentos contra homossexuais. Aliás, o argumento para sua obtenção de asilo, conforme informa o blog gay"Queerty", coloca o Brasil como um dos maiores assassinos de homossexuais do mundo, "com 180 assassinatos de LGBT registrados só em 2008".

O maior propagandista do número de homossexuais assassinados no Brasil é o Grupo Gay da Bahia (GGB), cujo fundador é Luiz Mott, que é acusado de defender a pedofilia. O GGB, que foi a primeira grande organização homossexual militante do Brasil, afirma que entre 1980 e 2005 foram assassinados 2.511 homossexuais em todo o Brasil. O GGB não tem dúvida: o Brasil é o país mais homofóbico do mundo.


A defesa de Souza foi feita pela professora Suzanne Goldberg, da Clínica de Direito para Sexualidade e Gênero da Universidade de Columbia, juntamente com seus alunos. Goldberg usou dados do GGB para defender asilo para Souza.


De acordo com o site da Universidade de Columbia, "A concessão de asilo, decretada pelo Ministério de Segurança Nacional dos EUA, chega num tempo em que as condições para indivíduos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT) no Brasil estão ficando mais perigosas". Sim, você leu direito: A Universidade de Columbia está dizendo efetivamente que sob as fortes políticas pró-homossexualismo do governo Lula, as condições para os homossexuais no Brasil estão ficando "mais perigosas". Diante dessa paranóia vinda diretamente da Universidade de Columbia, ficamos tentando imaginar se as condições para os homossexuais estão ficando "mais seguras" no Irã e na Arábia Saudita. Se o Brasil ficou "mais perigoso", então por que Souza não pediu asilo no Irã ou Arábia Saudita?

Entre 1980 e 2005, somente homossexuais foram assassinados no Brasil? Dados oficiais mostram que nesse exato período foram assassinados mais de 800.000 homens, mulheres e crianças no Brasil. Hoje mais de 50.000 homens, mulheres e crianças são assassinados no Brasil por ano. "Espere um minuto", um ativista homossexual poderia dizer. "O governo diz que somos mais que 10% da população. Por isso, o número de homossexuais assassinados deveria ser 80.000!"

Se o Grupo Gay da Bahia fosse o Grupo Hetero da Bahia, aí a reação seria totalmente diferente: "2.511 é um número totalmente homofóbico, preconceituoso e discriminatório, pois não chega nem a 1% de 800.000. Exigimos no mínimo 10% da fatia desse número alto. Queremos igualdade! Se a população está sofrendo um elevado índice de assassinatos, exigimos o mesmo direito!"


E sobre os mais de 50.000 brasileiros assassinados por ano?
"Queremos 10% disso também. É nosso direito! Não aceitamos esse número homofóbico, insignificante e medíocre de apenas 180 homossexuais assassinados por ano!"

Eu também não entendo como o número de homossexuais assassinados não é muito maior, devido aos perigos a que eles se expõem. Oswaldo Braga, presidente do Movimento Gay de Minas, declarou que os travestis são a maioria dos homossexuais assassinados. Ele disse: "São homossexuais que estão mais envolvidos com a criminalidade, como prostituição e tráfico de drogas, ficando mais expostos à violência". (Tribuna de Minas, 09/03/2007, p.3)

O número de 800.000 brasileiros assassinados mostra que falta segurança no Brasil. E faltam viaturas policiais. E agora, por causa do favoritismo governamental para com a agenda gayzista, as poucas viaturas disponíveis para a população terão de ser transferidas para proteger ambientes de prostituição e tráfico de drogas freqüentados por homossexuais?


Nasci em São Paulo, a cidade em que Souza alega que sofreu "perseguição". Lembro que 25 anos atrás eu e um amigo, que éramos muito jovens, estávamos indo para a igreja. Passamos bem perto da Praça da República - um antigo ponto homossexual bem no centro de São Paulo -, e um bando de uns 6 homossexuais correu atrás de nós, gritando palavras lascivas. Foi uma experiência assustadora para dois jovens. Comportamentos homossexuais bizarros desse tipo eram comuns na Praça da República e, é claro, tinham o potencial de atrair reações violentas de quem não tivesse disposição de correr.

Eu devia temer mais que Souza. Cada vez mais, de forma descarada, shopping centers e outros lugares estão sendo usados como pontos de prostituição - bem nos banheiros masculinos. E, talvez por temor, os homens olham e ignoram. Já presenciei homossexuais que, dentro do banheiro do shopping, ficam ali como canibais do sexo anal, olhando cada homem que entra, esperando uma oportunidade de ataque. O que aconteceria se eu fosse reconhecido como Julio Severo no banheiro de um shopping? 


Baseado em dados do Grupo Gay da Bahia, a Universidade de Columbia diz: "No Brasil, a polícia rotineiramente deixa de investigar a violência cometida contra indivíduos GLBT".

A polícia brasileira tem imensa dificuldade de investigar todos os 50.000 assassinatos por ano, onde os heteros são vítimas. Se os EUA quiserem conceder asilo para todas as vítimas de crimes violentos no Brasil, os pedidos de asilo aumentarão para no mínimo 500.000 por ano. Por que achar que no Brasil somente homossexuais são vítimas de violência e assassinato num sistema socialista onde criminosos fortemente armados são livres para atacar vítimas fortemente desarmadas? A população inteira do Brasil é vítima desse cruel sistema.


Enquanto estou escrevendo este artigo, o Brasil está abalado com o desaparecimento e assassinato de seis adolescentes (Diego, de 13 anos; Paulo Victor, de 16 anos; George, de 17; Divino, de 16; Flávio, de 14; e Márcio Luiz, de 19 anos). O caso ganhou repercussão nacional nesta semana com a prisão do criminoso, Admar de Jesus, que é homossexual. Ele havia cumprido pena de quatro anos de prisão por pedofilia em Brasília, mas logo que foi solto começou a estuprar e matar rapazes. Há milhares de meninos brasileiros anualmente vítimas de estupradores homossexuais. A Universidade de Columbia lutará para que eles também obtenham asilo nos EUA?

Contudo, o pedido de asilo de Souza pode ser parte de um grande esquema político entre ativistas gays dos EUA e ativistas gays do Brasil - e a presença do Grupo Gay da Bahia é evidência do ativismo envolvido. Uma forte lei anti-homofobia já foi aprovada nos EUA e o asilo de Souza pode dar ao governo de Obama a desculpa perfeita para pressionar o Brasil a aprovar uma lei de "proteção" aos homossexuais que até agora Lula e seu governo não conseguiram passar, devido à resistência cristã.

Essa "proteção", é claro, protegerá, promoverá e imporá ainda mais a agenda gayzista no Brasil. 


A maioria dos 800.000 brasileiros assassinados não procurou zonas de prostituição e tráfico de drogas. Eles também não tinham direito à asilo nos EUA.

Mas muitos homossexuais preferem morrer a deixar suas Praças da República. Com a rota de asilo aberta por Souza, agora eles poderão ter uma segunda opção: as "seguras" zonas de prostituição e drogas dos EUA.


Portanto, num certo sentido, o Brasil deveria ser muito agradecido à Universidade de Colúmbia: Se todos os homossexuais brasileiros seguirem a rota de Souza, os meninos brasileiros nunca mais sofrerão desaparecimentos, estupros e assassinatos cometidos por estupradores gays, e o Brasil ficará livre dos ativistas gays, suas mentiras e tirania.

KARALHOKOPTER 20

EMPRESÁRIOS, NÃO DESANIMEM. ASSIM, ATÉ EU!

Dizia eu aos meus amigos abismados com a trajetória meteórica do menino Eike, que não se esquecessem que ele era filho do homem que "abriu" o Japão para a Vale do Rio Doce, e por conseguinte o Brasil para o Japão, Eliézer Batista, que soube muito bem e de maneira competente, aproveitar as passagens que o sr. Inada lhe abriu em seu país natal. O que Ipojuca Pontes nos relata neste brilhante artigo é o lado doméstico das cartas marcadas que chegaram às mãos do rebento e que lhe permitiram fazer um "all-in" diante de contendores embasbacados e daí em diante crédulos, e levar a parada na hora da rodada de fogo. Filho de peixe, vai agora, com o auxílio governamental, repetir o que o velho lhe ensinou... 


EIKE BATISTA - O MIDAS DO ESTADO FORTE
por Ipojuca Pontes - Mídia Sem Máscara, 11/04/2010


"Ao contrário do milionário Jay Gatsby, personagem lapidar da obra-prima de Scott Fitzgerald, "O Grande Gatsby" (Editora Record, Rio, 2003), a origem da fortuna de Eike (Fuhrken) Batista, o futuro "homem mais rico do mundo", nada tem de enigmática: ela advém dos proveitosos conhecimentos geólogicos do pai, Eliezer Batista - engenheiro, antigo ministro de Minas e Energia do governo Jango e venerado presidente (por duas décadas) da Cia. Vale do Rio Doce - e das boas graças dos governos, em especial do governo Lula da Silva, sempre omisso, para não dizer permissivo ("entreguista", em tempos outros) na defesa dos ativos e das reservas estratégicas da nação.


Pode parecer estranho, mas, de um modo geral, embora digam o contrário, os governos socialistas adoram tornar os ricos mais ricos (com eles de permeio, claro) - e os pobres mais pobres. A postura não é nova, ultrapassa décadas, talvez séculos. O próprio Lenin, à frente da sua "ditadura do proletariado", pagando juros estratosféricos, ajudou a ampliar as fortunas de banqueiros europeus e da indestrutível família Rockefeller (Ver "Wall Street and the Bolshevik Revolution" - Antony C. Sutton, Arlington House, NY, 1974). Por sua vez, na Alemanha nazi, Adolfo Hitler, outro socialista, expandiu em proporções inimagináveis a riqueza de Gustav Krupp, empresário da indústria siderúrgica voltado para fabricação de armas e material agrícola pesado.
No Brasil, já nos tempos da Velha República, os presidentes Rodrigues Alves e o respeitabilíssimo Epitácio Pessoa abriram os generosos cofres da Mãe Gentil ao aventureiro internacional Percival Farquhar, audacioso empresário das 1001 empresas. Em "O Último Titã" (Editora Cultura, São Paulo, 2006), seu biógrafo credenciado, Charles Gauld, descreve em detalhes como Farquhar - apoiado em projetos visionários e gordas propinas - arrancou concessões governamentais e amplos financiamentos para construir e explorar, entre outras tantas diabruras, a ferrovia Madeira-Mamoré (que redundou em ruínas para turista ver) e as jazidas de ferro de Itabira, Minas Gerais, que o Dr. Getúlio, nos anos 30, resolveu encampar - tornando a emenda pior do que o soneto.


Em meados do século passado, foram incontáveis as fortunas (algumas decadentes, hoje) que Juscelino Kubistchek plantou, enquanto presidente, no eixo Brasília-Rio-Minas. O próprio João Goulart, o fazendeiro Jango - que, segundo Carlos Lacerda, só fazendo política tornou-se dono de 200 mil cabeças de gado e proprietário de 550 mil hectares de terra, área 4 vezes superior ao antigo território da Guanabara - associou-se ao folclórico Tião Maia, o "Rei do Gado", parceiro ao qual, já no exílio, por razões pouco esclarecidas, desejava surrar de rebenque em mão.


No caso do milionário Eike Batista, como era previsível, a mídia cabocla não parou de incensá-lo desde que foi elevado pela "Forbes" à condição de "8º homem mais rico do mundo". Em torno dele, editorias e repórteres operam com a tenacidade de cães farejadores. De fato, a televisão ainda não o descobriu (ou ele sabiamente a recusa), mas é difícil abrir um jornal ou revista sem que lá não esteja o Midas de Governador Valadares (educado na Alemanha) reverberando os seus bilionários projetos, tecendo loas ao "Brasil em transformação" ou repudiando o "complexo de vira-lata" que acode o brasileiro (na certa, sem pagar royalties a Nelson Rodrigues).


Para o encanto dos jornalistas amestrados, o "futuro homem mais rico do mundo" debita a sua vertiginosa riqueza a fatores aparentemente prosaicos. Com efeito, no mundo tenso dos negócios, ele se impôs o ritual de acrescentar um "x" - símbolo da multiplicação - às siglas das empresas que possui. Só para exemplificar: o milionário acredita que ao acrescentar a letra "x" à mineradora MM, de sua propriedade, já está garantindo o bom êxito empresarial da MMX.


De temperamento místico, a logomarca do seu conglomerado de empresas carrega a imagem do Sol dos Incas, prenúncio de força. Na entrada de sua casa, segundo se diz, ramos de trigo, folhas de louro, paus de canela e cristais são colocados para espantar os maus fluídos. No escritório, ele senta olhando para a porta de entrada, afim de "aparar as energias de quem vem de fora".


Outro fator importante para explicar a expansão da fortuna avaliada hoje em U$ 27,5 bilhões é "a perseverança no trabalho": à noite, mal chega ao lar - uma bela e moderna mansão, por sinal - o crédulo Midas janta e se dirige ao aparelho de TV. Diante dele, sintoniza o canal Bloomberg, especializado em negócios, e registra até altas horas da madrugada o sobe e desce das cotações da Bolsa. Explica-se o esforço: boa parte da riqueza de Eike Batista é contabilizada por ações de suas empresas vendidas em ofertas públicas no mercado de capitais. Por isso, alguns analistas financeiros da praça costumam identificá-lo como um "esperto vendedor de sonhos" - o que talvez explique, nos últimos anos, sua permanente exposição na mídia.


Fatores fundamentais, como o conhecimento que o pai Eliezer (presidente honorário da EBX) detém das potencialidades geológicas e reservas minerais do país, são pouco lembradas nas entrevistas concedidas pelo Midas. Tampouco são mencionadas as facilidades com que libera, nos balcões oficiais, as concessões para exploração de minas e jazidas previamente identificadas. Nem muito menos explica a razão do jogo bruto de Luiz Inácio para que a Vale do Rio Doce, Jóia da Coroa, lhe fosse entregue num estalar de dedos - mesmo se levado em conta o investimento feito pelo empresário no filme "Lula, o Filho do Brasil", um projeto inteiramente fracassado.


No ramo do showbizz, aliás, o perdulário Eike Batista faz coisas de admirar. Solta milhões para filmes de Jabor, Cacá Diegues e o inefável Barreto - todos "de esquerda" - mesmo sabendo que dificilmente terá retorno econômico. Recentemente, durante a estadia de Madonna no Rio, o Midas, a título de colaboração, doou U$ 7 milhões à cantora pop, que no momento se diz empenhada em lançar "um olhar moderno" no ensino de crianças carentes do Rio e São Paulo - um "olhar" muito além do vislumbrado "nas cadeiras de moral e cívica dos anos 60". Agora pensem: que nova metodologia educacional poderia lançar uma figura do showbizz, cercada de sexo, droga e rock and roll por todos os lados, sobre as nossas já combalidas crianças?


(Por pura ironia, ano passado um jornal do Amapá havia denunciado que meninas famintas de nove e dez anos estavam sendo estupradas no Garimpo de Lourenço, no município de Calçoene, local onde Eike, nos anos oitenta, iniciou a sua trajetória de milionário. Depois de esgotar o Garimpo, arrancando dele toneladas de ouro, o Midas deu no pé - ao que tudo indica sem deixar uma só escola na miserável região).


Neste torvelinho de doações e negócios em cascata, não poderia faltar a onipresente Polícia Federal, que desencadeou contra o empresário a célebre operação "Toque de Midas". Sem dúvida, um troço imprevisto. Mas, conforme explicou o próprio Eike, a operação policial não foi desencadeada devido a sua rápida ascensão numa área competitiva associada à farta distribuição de dinheiro com candidatos e partidos políticos nas eleições de 2006 (com destaque para a doação de R$ 1 milhão para reeleição de Lula, e outro tanto para a campanha de Walder Góes, governador do Amapá, território onde obteve concessão para explorar uma estrada de ferro). Não, de modo algum. O alvo da operação "Toque de Midas", que "não deu em nada", foi a compra transversa pela EBX de uma mina de ouro que havia pertencido ao notório Daniel Dantas - este sim, caído em desgraça.


No entanto, ainda que abalado pela incursão policial, Eike Batista, especialista em levantar megaprojetos, logo se voltou para a construção de um gigantesco terminal portuário - o Porto de Açu, em São João da Barra - cujo objetivo, ambicioso, é transportar minério de ferro em larga escala para abastecer o império chinês.


Em paralelo, pois não brinca em serviço, o nosso Midas associou-se à Wisco, poderosa estatal chinesa que também não brinca em serviço. Com a anuência de Lula, a MMX investe pesado na exploração de imensas jazidas de ferro e na construção de uma siderúrgica anexa ao terminal de Açu, com o objetivo de confrontar a Vale do Rio Doce, a maior mineradora do Brasil (e do mundo). Tudo isto, no exato momento em que os preços do minério, em elevação, vêm sendo duramente questionados pelos chineses (e o mercado global) empenhados em sua redução.


É provável que Eike Batista seja o que aparenta ser, isto é: um sujeito empreendedor e perseverante, obstinado em se tornar o "homem mais rico do mundo". Gracias Señor! O problema todo é que o capitalismo praticado pela China é, de cabo a rabo, predatório. Para invadir o mundo com suas bugigangas ordinárias, produzidas (e pirateadas) em cima de mão de obra escravizada e de baixos salários, não respeita nenhum padrão civilizado de comércio. E como representa uma séria ameaça, embora disponha de linhas de crédito na ordem de U$ 800 bilhões para investimentos externos nos setores de minério, petróleo e alimentos, vem sendo repelida por vários governos, entre outros o australiano, nas suas pretensões de comprar ativos e jazidas de empresas locais. Negócios com a China, como disse um observador, nunca se tornam "um negócio da China".


E este é o problema do capitalismo de Estado (do qual Eike Batista é um agregado inconsciente ou conivente): seu objetivo é concentracionário, pois que pulveriza a liberdade de escolha e o livre arbítrio, essência do capitalismo real. Demonstrando bons sentimentos, o nosso Midas proclama-se nacionalista e diz que pretende "contribuir para tornar o Brasil um país de Primeiro Mundo". Mas, como? Associando-se aos predatórios chineses? Financiando partidos políticos socialistas que fizeram do Brasil um charco de brutalidade, miséria e corrupção? Financiando "artistas" comprometidos com a derrisão dos valores morais da civilização ocidental e cristã?


Não dá para acreditar."

BELO ARTIGO DO AUGUSTO NUNES (COMO ATRASEI FICA SÓ O ARQUIVO)

A oposição tem discurso de sobra
por Augusto Nunes, em 10 de abril de 2010

Seis discursos, três dos quais de improviso, e nenhum plural exterminado, nenhum pontapé na gramática, nenhum raciocínio esganado pelo cérebro baldio, nenhuma frase perdida no deserto de neurônios - nenhuma agressão à lógica e ao idioma. Tanto bastaria para que se saudasse com fanfarras e fogos de artifício a festa de lançamento da candidatura presidencial de José Serra. Mas o conteúdo superou a forma, e a celebração política ocorrida em Brasília neste sábado excitou o Brasil que pensa com a sensação de que pode estar perto do fim a Era da Mediocridade instituída há mais de sete anos.

O presidente Lula atravessou o verão com Dilma Rousseff no colo e um par de certezas na cabeça: a oposição enfrentaria uma campanha inteira sem discurso e tentando esconder Fernando Henrique Cardoso. Acaba de descobrir que flutuou na estratosfera. Aplaudido de pé pela multidão, FHC foi louvado por todos os oradores, finalmente despertados para a evidência de que o presidente que venceu a inflação só é impopular entre milicianos petistas e cabeças contaminadas por versões companheiras da história do Brasil. A segunda fantasia foi rasgada ao longo do encontro e ficou em frangalhos com o pronunciamento de José Serra. A oposição tem discurso de sobra.

Quem não tem é Dilma, reafirmou a fala de Serra, radiografada com brilho e precisão por Reinaldo Azevedo no seu blog em VEJA.com. Na convenção do PT, a sucessora que Lula inventou produziu só mais um capítulo do Discurso sobre o Nada. Reverenciou seu Senhor particular mais de 60 vezes e prometeu que, se virar presidente, vai seguir disciplinadamente o caminho que ele ensinou — sejam quais forem o traçado e o destino. Neste sábado, em menos de uma hora, Serra escancarou o abismo que separa um político com história pessoal, biografia política e currículo administrativo de uma principiante de passado fosco, presente bisonho e futuro escurecido pelo perigo.

Desprovida de ideias próprias ou expropriadas, estreante em disputas eleitorais, Dilma anda produzindo platitudes, obviedades ou maluquices em quantidade suficiente para matar de tédio a mais gentil das plateias. Reduzida a apêndice de Lula, terá de enfrentar um adversário com sólida formação política, ampla autonomia de voo, larga milhagem em comícios, testado em muitas disputas eleitorais e capaz de dizer o que pretende com clareza e consistência.

Não é um panorama alentador para quem só precisou de uma viagem a Minas para oferecer a Aécio Neves a provocação que faltava para cimentar a parceria eleitoral com Serra com um discurso que, simultaneamente, implodiu outro equívoco de Lula. Convencido de que Aécio reprisaria a performance ambígua das eleições presidenciais anteriores, o Grande Estrategista decidiu que Dilma visitaria o túmulo de Tancredo Neves em São João del Rey e, no meio de alguma entrevista, proporia ao neto do homenageado a aliança promíscua.

Deu tudo errado, deixou claro Aécio neste sábado. Incisivo, contundente, lendo na memória o texto com requintes mineiríssimos, o melhor orador da festa lembrou os piores momentos da feroz oposição feita pela companheirada a Tancredo Neves, Itamar Franco e Fernando Henrique. Depois de cumprimentar Lula por ter mantido as linhas gerais da política econômica do antecessor, informou que o PT sempre colocou os interesses partidários acima dos interesses do país. Cumpre à oposição fazer o contrário.

Foi um discurso sem volta. Ainda que insista em disputar o Senado, Aécio vai comandar a campanha de Serra em Minas com a energia que faltou em 2002 e 2006. O neto de Tancredo aparentemente compreendeu que, desta vez, o triunfo individual talvez seja insuficiente para preservar o sonho de chegar ao cargo que o avô não pôde assumir.

terça-feira, abril 13, 2010

REINALDO AZEVEDO MEXE NO BELO MONTE DE DILMICES

Eu tinha dito que nao reproduziria o Mestre Rei aqui, ja que tomaria todo o espaco, mas nao resisti duas semanas... Seu post sobre a "usina" de Belo Monte eh muito bom para nao ser divulgado em todos os blogs liberais. Sua descricao de um James Cameron se integrando ao problema indigena eh digna de um roteiro de longa metragem. Vejam.


O ÍNDIO COCOROCÓ, OS GRAMPOS DO BNDES, A BANDEIRANTE DILMA ROUSSEFF E AS TRIBOS CAMARGO-ODEBRECHT
(como publicado no seu blog  na) terça-feira, 13 de abril de 2010 | as 4:23

"Prometi falar mais alentadamente sobre o imbróglio de Belo Monte, um belo (ooops!) emblema do jeito petista de fazer as coisas. Então lá vai.
Numa entrevista à revista VEJA em 2007, o neolulista Delfim Netto, principal guru da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, definiu assim as resistências ambientais, antropológicas e ecológicas à construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu: “Veja o caso do complexo hidrelétrico Belo Monte, no Rio Xingu. Por mais nobre que seja a questão indígena, é absurdo exigir dos investidores que reduzam pela metade a potência de energia prevista num projeto gigantesco porque doze índios cocorocós moram na região, e um jesuíta quer publicar a gramática cocorocó em alemão.”
Três anos depois, o cineasta James Cameron, avatar tardio do cantor Sting, outro gringo idiota que há décadas encantou-se com a fragilidade e a vitimização dos nativos brasileiros, engatou o rabo (de novo, é preciso ter visto o filme medíocre para não supor que estou a cometer grosserias…) no mesmo discurso ecológico e participou de uma manifestação a favor da gramática cocorocó em alemão…
Qual é a importância de todo esse debate indígeno-ecológico?
Nenhuma! Joguem tudo no lixo. Agora eu vou falar de um outro engate.
A questão: Surgem finalmente notícias relevantes com relação a Belo Monte, mas elas nada têm a ver com a tribo dos cocorocós, com avatares de Sting e com o meio ambiente. O maior projeto deste governo corre o risco de naufragar porque Dilma fez uma lambança de proporções amazônicas nos mecanismos licitatórios daquela que deveria ser a maior obra de infra-estrutura do país, a mãe de todas as hidrelétricas. A parte brasileira é maior que Itaipu. Deveria ser a prova final de que as concessões do PT beneficiam mais o consumidor do que as do PSDB, aquele partido que induzia demônios privados a competirem entre si…
Pois é… A poucos dias da licitação do projeto, as duas maiores empreiteiras do Brasil, Camargo Corrêa e Odebrecht, caíram fora do projeto por não concordarem com as condições de preço e prazo estipuladas pela turminha de Dilma. Depois da desistência, o governo tenta às pressas convencer algum outro grupo empresarial a competir com o único consórcio que se registrou para a licitação, formado pela Andrade Gutierrez, a Neoenergia (associação entre a Iberdrola, a Previ e o Banco do Brasil) e dois autoprodutores de energia: a Vale e a Votorantim.
O que isso significa? Se grampos fossem instalados hoje no BNDES, como o foram na privatização da telefonia, constataríamos que autoridades estão induzindo grupos a se juntar e os fundos de pensão a abrir os cofres. Mas atenção: DESTA VEZ, NÃO É PARA GARANTIR A CONCORRÊNCIA, NÃO! MAS PARA SALVAR O ESPÍRITO CÊNICO DO LEILÃO MONTADO NO DIA 20. Ouviríamos ainda a associação vergonhosa entre a agenda eleitoral e a realização de um projeto de infra-estrutura que deveria ser montado com o mínimo de antecedência.
Ao que tudo indica, só há um consórcio realmente interessado no projeto: o da Vale do Rio Doce, autoprodutora cujo presidente, Roger Agnelli, está doidinho para montar uma fábrica de alumínio nos arredores da usina, absorver parte da energia gerada e figurar como colaborador na agenda de Lula, que tentou derrubá-lo por, segundo disse, exportar matéria-prima em vez de produtos acabados. Há motivos para acreditar que seria o consórcio vencedor, entenderam? Com ou sem a participação dos outros atores, que se descobriram coadjuvantes destinados a garantir a apenas a verossimilhança da competição.
Agora o governo terá de tirar da cartola um consórcio para perder — já apelidado no mercado de “consórcio-mambembe”.
E por quê? A hipótese de haver apenas um grupo realmente interessado quebra as pernas da bandeira eleitoral que a ex-ministra Dilma Rousseff empunhava em Belo Monte, uma história supostamente épica, repleta de lances formidáveis, que traria para baixo, a poucos meses das eleições, o preço-teto previsto no edital, de R$ 83,00 por megawatt-hora.
Mas Belo Monte será leiloada? Provavelmente, sim, mas a um custo (visível e invisível) monumental. O preço? Este,  só descobriremos bem mais tarde… Não é a primeira incursão desastrada de Dilma no maravilhoso mundo das privatizações petistas. Não é a primeira vez que o seu “barato” para efeitos de publicidade acabará custando caro aos cofres públicos.
Desastre reiterado: Em 2007, Dilma leiloou mais de 2.600 quilômetros de rodovias federais, colocando-se como aquela que “privatiza melhor”, que consegue os “melhores pedágios”. “Pela primeira vez na história, os pedágios ficaram mais baratos”, chegou a comemorar Lula. A novidade petista estava em cobrar menos tarifa em vez de receber pela cessão, que seria “um modelo tucano fracassado”, segundo os petistas, que julgavam ter descoberto a roda. Mas o que aconteceu depois?
Em outubro de 2009, o grupo espanhol OHL, vencedor de cinco dos sete leilões rodoviários de Dilma, enviou à ANTT pedido de “reequilíbrio econômico-financeiro com a intenção de reajustar o preço das tarifas de pedágio ou prorrogar os cronogramas de investimentos” previstos nos contratos assinados no leilão realizado em 2007. Menos de dois anos depois, a OHL entrou com um pedido de financiamento no BNDES, tendo suas subsidiárias conseguido empréstimo de R$ 756.382.000,00. Em suma, o barato saiu caro. E parece que vai sair mais caro ainda em Belo Monte.
Entenderam como se dá a revolução petista?
PS - Ah, sim: o trabalho de satanização das empresas que desistiram do leilão já está a todo vapor. O governo planta, e certo jornalismo colhe, que tudo não passou de um lobby das perversas tribos Odebrecht e Camargo Correa para elevar o preço. Na outra versão, esta da própria Dilma, elas já estariam com obras demais e, por isso, não se interessariam por Belo Monte. Claro! Que empreiteira iria querer tocar a terceira maior hidrelétrica do mundo, não é mesmo? Pelo visto, só a tribo Vale-Andrade Gutierrez…
“Mas não sem dialogar com os cocorocós”, gritam James Cameron e Marina Silva!"