Foi com enorme pesar que me lembrei de ter votado em você, nesta manhã. Confesso que fiquei entre extremamente avexado comigo mesmo e totalmente decepcionado com você, pela tese engendrada na defesa, corporativa e covarde, dos cargos dos Senadores em futuras apurações de desvios de conduta, consubstanciada nesse grão-episódio do folhetim diário que vivemos nesta terra de ninguém, chamado de "Renan Calheiros e suas vacas", que engloba as de presépio, claro.
Talvez a sua capacidade de mimetismo tenha feito o trabalho. Talvez outros tantos eleitores, que votamos em você como o menos ruim dos candidatos do Rio ao Senado – é comum este tipo de escolha, neste país de tantos vagabundos – tenhamos nos iludido com a sua trajetória, como conhecida de nós (a oculta, só você sabe, quiçá a D. Cecília). Talvez, pela imagem de mínima seriedade que ostentava, até ontem.
O meu estarrecimento com o que você fez com o mandato que lhe dei causou-me profunda náusea. Estou sentindo-me péssimo com a escolha que fiz, haja vista sua atitude pusilânime, contra todos os princípios elementares de retidão e honradez que julguei que você poderia ter.
Fique claro, não foi a negociação da hora, não foi a composição do momento, não foi o acerto político ali proposto, nada disso. Sua traição maior foi moral, por agir como agiu. Apenas pela possibilidade de permitir que o Brasil continue na vergonhosa trajetória descendente, rumo ao abismo da mentira, do desrespeito, da desonra, da safadeza e da esperteza, dentre tantas coisas más ali sancionadas por sua tibieza.
Coisas essas que minam qualquer possibilidade de que nossos descendentes tenham ao que honrar, no futuro.
Você ajudou a devastar qualquer resquício de honorabilidade num cargo da envergadura do seu, ao qual, aliás, deve renunciar já, e em lhe restando alguma hombridade, em lágrimas verdadeiras e rôxo de arrependimento.
Com sua atitude travestido de Senador, no mais alto cargo legislativo do país (e o que deveria transmitir maior respeito à população), você afrontou-me e à minha família, a quem também indiquei o seu nome, compactuando com um dos piores escandalos morais do país, em tantos anos de República.
Assim, aviso-lhe que seu péssimo exemplo, a troco de não-sei-o-quê, o desqualifica em definitivo para continuar vindo ao Rio de Janeiro sem ser punido por sua desídia.
Procure, Dornelles, outras plagas onde possa se sentir normal pois, se encontrá-lo acidentalmente por aqui, terei o grande, o imenso prazer de cuspir em sua traiçoeira face. E fique certo, isso não será mera retórica.
Se eu fosse você, aproveitava e morria para os demais cidadãos, também. Quem sabe suas cinzas poderiam adubar algum pasto em Alagoas?
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Há 3 anos
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