terça-feira, setembro 11, 2007

UMA CARTILHA PARA O PT

Nicolas Sarkozy, ao tomar posse, fez um discurso daqueles de cartilha do ensino elementar, que poucos petistas conseguiram completar, que serve como um guia simplificado de como as coisas ficaram confusas, claro que deliberadamente, depois de 1968 lá (e de 1973, aqui). A troca malévola do trabalho pela enganação, da competência individual pela vagabundagem em grupo, entre outras coisas que experimentamos aqui e agora, são mencionadas pelo dirigente como em vias de acabar, na França.
Em Lulalândia, resta-nos pensar positivamente, para que gente com letras, ligada ao partido do vosso presidente, lhe faça chegar tal mensagem. Vai que dá o azar dele entender?

"Vou reabilitar o trabalho"

Nicolas Sarkozy, presidente da França

Derrotamos a frivolidade e a hipocrisia dos intelectuais progressistas. O pensamento único é daquele que sabe tudo e que condena a política enquanto a mesma é praticada. Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo: a idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale tanto como o mestre, que não se podia dar notas para não traumatizar o mau estudante.

Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável. Era o slogan de maio de 68, nas paredes de Sorbonne: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'.

Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética. Uma esquerda hipócrita que permitia indenizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor.

Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia. Ela tomou o gosto do poder. A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Vou reabilitar o trabalho.

Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma frase: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente. Defendem os serviços públicos, mas jamais usam o transporte coletivo. Amam tanto a escola pública, mas seus filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.

Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo se instale em sua casa. Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou ao mérito e ao esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República.

Isto não pode ser perpetuado num país como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar.

Quero criar uma cidadania de deveres. Primeiro os deveres, logo após os direitos."

3 comentários:

Anônimo disse...

Excelente trabalho de tradução. Só não nos surpreende as ações concretizadas a partir do discurso. O Sarkozy vai fundo.

Agora, e nós aqui? Vamos ficar só nos protestos?

O Brasil precisa de algo grande! Decididamente precisamos pensar grande.

Abraços da anônima

Anônimo disse...

Cara anônima,
tá difícil fazer frente à avassaladora manobra dos verme-lhos.
Usam, ao mesmo tempo, o caixa da arrecadação dos impostos que pagamos para: contratar mais petelhos para cargos no governo (aumentando, como decorrência do dízimo, os fundos do Partido); para privilegiar contratos levados por lobistas como ZéDirceu, cuja "gordura" volta para eles; tão gastando os tubos nos bolsas-isso e bolsa-aquilo, carreando ainda mais "defensores" para seu "projecto";
Isso tudo fora o roubo, puro e simples, de verbas liberadas a torto e a direito, vide o TCU, arrepiado até os "pe[n]telhos" com as maracutaias na Infraero e nos Ministérios.
Com essa "bala", tomada pela exstorsiva carga, e o apoio do populacho, vai ser difícil arrumar quem lhes faça frente.
Mas vamos continuar batendo.
Abraço.

Anônimo disse...

P.S.: já veio traduzido.
Abs.