É o rumo das coisas. A maneira relaxada, paternalista, "hospitaleira" com que o Governo Lula vem tratando a economia brasileira, como não houvesse amanhã. Retornou o tempo das bravatas, só que agora, mexendo no que FHC, nos dois períodos anteriores tanto se esmerou em organizar. Um sistema simples de só gastar o que se arrecada, a tal Lei de Responsabilidade Fiscal.
Falo aqui da facilidade com que Lula empenha UM BILHÃO aqui e ali, como se fosse possível espalhar dinheiro pelos movimentos que o apóiam - e à sua Criatura, Dilma Vana Rousseff - sem que para isso necessitasse de uma fonte sólida e lícita para esses recursos, que não envolvesse a emissão de dívida a um custo mortal para o Tesouro e portanto, para nós brasileiros. As recentes capitalizações do BNDES e a que está prevista na Petrobrás, por detrás de um biombo tosco que já foi derrubado pelos economistas - sem nenhum repúdio pelo Ministro da Fazenda que considera a manobra desastrosa como perfeitamente normal -, são exemplos disso.
Enquanto Henrique Meirelles fica mais e mais careca tentando conter uma inflação que começa a mostrar os caninos, o "desenvolvimentista" Guido Mantega considera estar navegando nas águas tranquilas de um lago transparente e morno. São esforços antagonicos, de sinais trocados, prenúncio de uma pororoca economico-financeira que certamente punirá a nação como um todo. Na contrapartida, há algum interesse no Brasil por estrangeiros ressabiados com as economias europeias, que podem destinar algum fluxo para o nosso país pela via de investimentos diretos, o que é bom. Só que esse fluxo é, por sua vez, confrontado por uma maré vazante, por conta de outros investidores mais antigos que daqui retiram capitais, exatamente para enfrentarem as próprias dificuldades, que a crise lhes está trazendo.
Talvez como resquício da política de terra arrasada, por não confiar totalmente na assunção, pela Criatura, de seu trono, o presidente atual tenha orientado a seus cavaleiros que prometam e gastem o que for possível para: primeiro, tentar assegurar a eleição para sua candidata; segundo, para que em caso de sua derrota, o próximo presidente perca tanto tempo reformando a casa que pouco poderá se dedicar a um programa desenvolvimentista sólido, baseado na educação e na saúde, inadiáveis objetivos de longo prazo.
Já se falou aqui muito do aparelhamento da máquina pública pelos acólitos do PT. Estes certamente ajudarão a atrapalhar a gestão de Serra, se for presidente. Se ganhar Dilma, só atrapalharão, no limite de suas próprias incompetências. Resta a questão de se estes contratados ganham algum tipo de estabilidade ou se podem ser defenestrados na medida da vontade federal (na hipótese Serra vencedor). Que não largarão de seus postos pacificamente, isso é certo, já antevejo as passeatas e as acusações de "regime ditatorial" caso Serra vencedor decida enxugar a máquina.
Se ganha Dilma, o problema será mascarado por mais tempo e novas formas de imposto serão tentadas (ela já se declarou favorável à volta da CPMF na semana passada) para continuar sugando os setores produtivos e competentes e criativos para que financiem a nomenklatura que já se instalou e que pretende se perpetuar no poder, "dando aos coitados".
Em breve teríamos filas nos supermercados populares e vazios, algumas lojas bem fornidas para os dirigentes e indefectíveis dachas para o lazer nos fins de semana, longe de Brasília e cada vez mais perto do Bananistão.
Um alerta: imposto demais tolhe a iniciativa e a competência, e mata a galinha dos ovos de ouro.
Volto logo
Há 3 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário