sábado, janeiro 05, 2002

HONRAR O QUÊ?

Olá. É chegado 2002, ano de eleições. O ambiente está enfumaçado, não se vêem bem as feições dos candidatos, sabe-se apenas que alguém deverá aparecer pelo lado do Governo para fazer frente ao candidato da esquerda burra, Lula, que de positivo talvez só tenha - note o condicional - algum resquício de integridade moral. A honradez de atos e princípios, que o PT tenta vender como seus atributos de base, não são suficientes para governar uma país, embora sejam elementos de grande interesse para uma vasta parcela da população brasileira, tão em falta deles.

Os demais "princípios" do PT não se aplicam a um mundo moderno e dinâmico como o de hoje. Extraindo-se de sua cartilha a preocupação com os menos aquinhoados, nada mais se aproveita. Suas propostas são tão lindas quanto inexeqüíveis, tão arrebatadoras quanto falsas em sua essência, e não cabem dentro do panorama atual por absurdamente atrasadas, retrógradas, viciadas. Até a China - um país "comunista-inteligente", por assim dizer - já entendeu que precisa de capital estrangeiro (se não o gera internamente) para financiar seu crescimento e então democratizar os benefícios. Foi, pelo segundo ano, o país que mais pagou "royalties" e enviou lucros ao exterior, sem que isso a impedisse de tornar-se a 6a. potência econômica do mundo, suplantando a Itália e estando em vias de engolir a França para obter o quinto posto. Comunismo prático de resultados. Num país sabidamente recheado de corruptos, principalmente nas hostes dominantes e comunistas, como só a China tem.

Mas a pretensa honradez do PT ainda seduziria muita gente boa aqui se fosse uma verdade absoluta, o que não acredito. Pois ninguém verdadeiramente honrado admitiria, por um momento sequer, relacionar-se, ou pior, espelhar-se, ou pior ainda, compactuar com um ditador como Fidel Castro, que a despeito da figura mítica e barbuda, boa para ilustrar fotos de revista, e sua verve estudada e poderosamente engabeladora, é apenas um tirano opressor que simplesmente assassina os conterrâneos dissidentes.

Então, é pau no Lula e no PT, por seu atraso indelével. E como diz um sábio conhecido, para ganhar qualquer eleição do Lula basta deixá-lo falar. Um microfone aberto, próximo a êle, enterra qualquer pretensão do partido... Nem precisa de repórteres fazendo perguntas.

Bem, toda essa volta foi dada para falar de honra, de honrar, da honradez. Pois acho que o que falta à nação brasileira hoje, antes de mais nada, é alguma coisa à qual honrar. Um verdadeiro sentimento, que talvez só seja forjado - no bom sentido, o siderúrgico - pela participação e/ou agregação do povo, em torno de uma forte causa comum, uma ameaça, uma guerra. Não temos, na verdade, o que honrar, não temos mais símbolos ou instituições nacionais dignos, foram todos desgastando-se com o tempo, as decepções ou com a morte. Uma das últimas unanimidades nacionais, Ayrton Senna, nos deixou e cai rapidamente no esquecimento deste nosso povo de curta memória.

Este "post" tomou forma na minha cabeça quando, ao visitar o blog da Cora Rónai hoje, fui enviado a um site de fotos digitais e deste para as fotos que o profissional americano Peter Turnley fez, após os ataques de 11 de novembro.


Achei que essas fotos mostram, inequivocamente, como o povo americano demonstra cabalmente ter ao que honrar, ter a quem honrar, e como faz isso de forma real, sentida, íntima, civicamente natural, ao render suas homenagens pessoais a quem as merece. Vale a pena dar uma olhada com calma. É um exemplo para todo e cada um de nós. Se puder, divulgue.

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