segunda-feira, julho 11, 2011

PRINCÍPIO GULAG - do blog http://maluvibar.blogspot.com/

Maria Lucia Victor Barbosa é professora universitária formada em Sociologia e Administração Pública e tem especialização em Ciência Política pela Universidade de Brasília. Possui experiência em planejamento e execução de programas sociais para populações de baixa renda. Maria é autora de “O voto da pobreza e a pobreza do voto – A ética da malandragem” (Jorge Zahar, 1988), “América Latina – Em busca do paraíso perdido” (Saraiva, 1995), “Fragmentos de uma época” (UEL, 1998), “Contos da meia-noite” (UEL, 1999) e “A colheita da vida” (UEL, 2000).
O artigo abaixo apareceu em seu blog no dia 4 de julho deste ano. É um primor de crítica fundamentada e de desespero pela incapacidade de mobilizar a sociedade contra todas as aberrações que descreve. Uma só delas (escolham) já derrubaria um governo se o país fosse sério. Não é.


"O Brasil está vivendo uma verdadeira septicemia corruptiva, uma infecção moral generalizada, cujo maior fomentador tem sido o ex-presidente Lula da Silva.

Ao patrocinar a corrupção política dizendo sempre que nada sabe, nada viu; ao institucionalizar a prática de comprar parlamentares que foi apelidada de “mensalão”; ao abençoar companheiros aloprados; ao pregar que “se todo mundo faz nós podemos fazer também”; ao proteger o assassino Cesare Battisti rompendo tratado internacional ou acolher bandidos das Farc, ele sinalizou que tudo pode ser praticado impunemente. Acrescente-se que no momento a impunidade foi reforçada pela última invenção jurídica, segundo a qual ninguém vai preso e quem está preso vai ser solto.

Lula da Silva, é claro, não inventou a corrupção brasileira, mas a elevou a um grau assustadoramente alto. Hoje, só não rouba quem é honesto por princípio, por berço, por caráter. Porque as oportunidades estão escancaradas para quem quiser e, detalhe, sem riscos.

O ex-presidente, que aparece ostensivamente quando sua afilhada política fraqueja e vacila, o que tem sido uma constante, indicou os principais ministros do atual mandato, companheiros que já o haviam servido. Entre eles, o reincidente Antonio Palocci, querido do mercado, mas famoso, entre outros casos, pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, o que no governo Lula ensejou sua queda. Como pessoas dificilmente mudam, Palocci despencou novamente envolvido numa cadeia de ilegalidades que foram fartamente noticiadas e documentadas pela imprensa. Como aconteceu com Lula da Silva, para que Rousseff não fosse atingida, Palocci bateu em retirada. Isto se deu de forma triunfal, em auditório estrategicamente lotado com sabujos palacianos que aplaudiram Palocci delirantemente.

Escândalos, que durante os dois mandatos de Lula da Silva explodiram em escala nunca vista continuam atingindo altas autoridades, que seguem impávidas no país onde tudo é permitido. Se a pessoa é “amiga do rei” pode ficar sossegada.

Esse, por exemplo, é o caso do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que se veio à televisão execrar os bombeiros aos quais paga salário de R$ 950,00, chamando-os de vândalos e delinquentes, não apareceu para explicar suas nebulosas ligações com a iniciativa particular. As “zelite”, como diz Lula da Silva, o que significa na língua “petê” os “malditos capitalistas” que sustentam campanhas milionárias, inclusive, as presidenciais, tendo depois sua “justa” paga em bilhões através de favorecimentos públicos.

Junte-se ao espetáculo da avassaladora corrupção, o do cinismo extremo. 

Recentemente isso pode ser ilustrado pela performance do ministro Aloísio Mercadante que, acuado pelo fogo amigo negou ter chefiado o “Dossiê dos Aloprados”, sórdida montagem de dados falsos que visava derrubar a candidatura do tucano José Serra ao governo de São Paulo. Aliás, desse tipo de dossiê o PT entende.

No país onde existe licença para roubar e para matar; que direitos humanos são apenas para bandidos; que é claro o objetivo de manter as novas gerações na ignorância ensinando que o certo é o errado, que 10 – 7 = 4; que a sociedade se encontra moralmente corrompida não sabendo mais distinguir entre o certo e o errado; outro enorme malefício, pouco notado, é inoculado pelos “intelectuais orgânicos” petistas. Vou chamá-lo de “princípio gulag”.

Este termo pertence a Vladmir Bukovsky, autor do “Tratado de Lisboa”, dirigido aos portugueses e aos demais europeus. Afirma o autor: “Na URSS tínhamos o gulag”. “Creio que ele existe também na UE, mas um gulag intelectual, designado por politicamente correto”.

De forma impressionante essa característica se adequa com perfeição também ao Brasil, pois conclui Bukovsky: 
“Experimentem dizer o que pensam sobre questões como raça e sexualidade”. “Se suas opiniões não forem ‘boas’, ou seja, não forem politicamente corretas, vocês serão marginalizados”. “E isto é o começo do que podemos chamar de princípio gulag, ou seja, o começo da perda da liberdade”.

Lula da Silva diz que não é de esquerda e o PT, para conquistar o poder máximo da República, acalmou o sensível mercado. Curiosamente, porém, o PT age com métodos totalitários, pois a propaganda anestesiou a sociedade que se quedou extasiada diante da retórica inflamada de um pequeno Hitler terceiro-mundista. Ao mesmo tempo, palavras pervertidas apareceram com uma visão deslocada que deforma a perspectiva de conjunto. O PT criou uma “novilíngua” adaptada ao politicamente correto. 

Assim, somos confrontados a um astigmatismo social e político. Enxergar de outro modo seria preconceito o que acarreta autocensura. A continuar assim o PT não sai do poder nem daqui a vinte anos."

quinta-feira, julho 07, 2011

HOMENS E MACHOS: NOSSA RESERVA DE MERCADO

Está ficando muito chato, isso!

A primeira página do caderno Ela, do jornal O GLOBO do último sábado, começou por chamar a minha atenção ao trazer, na primeira página, fotos de um rapaz canadense, que (provavelmente órfão de pai e mãe) tatuou todo o seu corpo para dar-lhe a aparência de um esqueleto humano. À parte a maluquice, servia o mancebo de modelo para um editorial dito de "moda masculina". Ao folhear o restante do caderno, ainda pude - com ainda mais nojo, confesso - perceber alguns outros delicados garotos exercendo a mesma função.

Agora que a sociedade está em vias de conhecer a definição técnica de cada uma das tendências e orientações sexuais hodiernas e sendo quase que obrigada a respeitar a toda e cada uma delas - um "avanço", em relação à definição antiquada de homem/mulher - não há nenhum motivo para se abrir o jornal e ver um editorial definido como de "moda masculina" ser protagonizado por modelos totalmente afeminados, com roupas que prostitutas baratas teriam vergonha de usar e com adereços (brincos, pulseiras e colares) que ficariam melhores em senhoras de muita idade em busca de desviar o olhar de suas rugas, pelancas ou sobrepeso.

Isto está muito errado e precisando da atenção especial e urgente por parte dos editores. Nós, homens normais, estamos nos sentindo usurpados em nossas características fundamentais.

Até concordo se quiserem fazer editoriais com roupinhas frufruleantes para o mercado crescente de gazelinhas de trejeitos caricatos, cabelos em pastinha e rímel. Mas, em nome das conquistas recentes, honrem-lhes a diversidade alcançada, dando-lhes os devidos rótulos. Ainda há inúmeras letras, alem de L, G, B e T, sobrando no alfabeto. E as combinações entre elas são infindáveis!

Portanto, em vez de "moda masculina", inventem novos termos para isso. Usem sua criatividade. Se modelos com características "masculinas" (barbas, bigodes, falos, entre outras) forem, no entanto, "meninas", perguntem-lhes como querem ser chamados ou rotulados. Classifiquem-nos, antes, segundo seus próprios entendimentos do que são. É o mais justo.

E por favor, de uma vez por todas, fiquem longe da nossa classificação de Homens, Machos, Adoradores de Mulheres, Não-Bundeiros, características únicas, essa é a nossa "reserva de mercado", junto aos adjetivos correspondentes, "másculo", "masculino", "macho", etc. Para fazer reportagem de roupas para homens, contratem  modelos Homens. É direito nosso que, a partir de agora, seja assim. Em nome, exatamente, da diferença!

E nunca mais ousem misturar a nossa classificação de origem e nossa declaração de intenções, todas claras, diretas, brutas (no sentido de sem lapidação) e honestas com quaisquer demais tendências tíbias, em seus editoriais.

Vocês que se entendam. Mas deixem a palavra "masculino" para os derradeiros e verdadeiros homens.