quinta-feira, junho 21, 2007

O MIFU E SEU ANTA-MINISTRO

Temo não conseguir comentar um artigo tão ruim com a classe e a lucidez com que o fariam alguns dos Mestres, como Olavo de Carvalho, Diogo Mainardi, Dora Kramer, Augusto Nunes, Ubiratan Iorio, Alberto Oliva, Reinaldo Azevedo, Miriam Leitão ou Arnaldo Jabor (entre diversos outros), mas tentarei. Algo que não entendo é a Folha de São Paulo, mesmo em suas páginas "ruborizadas", dignar-se a, ainda hoje, permitir tanta empulhação. Ou Harvard, a sequer conceder-lhe endereço de email.

Bom mesmo foi quando, acidentalmente coerente, mandou isto, publicado originalmente na edição de 15/11/2005 do jornal Folha de S. Paulo:

"Pôr fim ao governo Lula
AFIRMO que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.
Afirmo ser obrigação do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente." (...)


Melhor serviço prestou-nos Ancelmo Góes, que atribuiu-lhe o MiFu – Ministério do Futuro. Arre! O texto em verde é o original, a parte em vermelho são os meus comentários.


FOLHA DE SÃO PAULO de 26/09/06
ROBERTO MANGABEIRA UNGER

Nosso futuro (negro)

DIZEM versos em sânscrito, escritos há mais de dois mil anos: "A esperança é uma corrente que nos amarra uns aos outros. Maravilha de corrente. Os acorrentados correm longe. Os desatados ficam mancos". (Versos que denotam que, mesmo sendo antiguidade, posto, já naquela época havia gente muito imbecil. Acorrentados só correm longe se for competindo com os desatados do PT. Dada a incomPeTência, quero dizer... )

Nada no desalento e nas desilusões do momento nos deve fazer esquecer que o Brasil reúne condições para ser grande país. Vasto território, ainda pouco povoado, com recursos hídricos e biológicos inigualados. Facilidade para semear e para colher o ano todo. (Com esta tese é que deve ter sido ganha a sua entrada em Harvard. É mesmo perfeita.) Distanciamento, inveterado e convicto, de guerras e de hegemonias. (Vou aliviar, apenas em prol da seqüência (i)lógica.) Ausência de ódios arraigados e de divisões insanáveis. Povo mais capaz de assimilar e de misturar etnias e culturas do que o americano, que dessa capacidade sempre se vangloriou. Flexibilidade de espírito e pendor para o improviso. (É mesmo. Ninguém pirateia, rouba, falsifica, copia e dá tanto valor ao analfabetismo triunfal, à malandragem escorregadia e à mania de levar vantagem do que nós.) Fé, combalida, porém ainda viva, na possibilidade de reconciliar a pujança com a ternura. (O que quer que isso seja, talvez se refira ao fruto da mistura de Viagra com palavras gentis na hora do estupro.)

Contra tudo isso de promissor levantam-se três ameaças a nosso futuro. A primeira é ensino público incapaz de equipar a energia frustrada do país. (Sem comentário possível, por ausência de nexo.) A segunda é vida pública - e sobretudo sistema partidário - que desmoralizam ou suprimem as alternativas, de projeto e de poder, de que precisa a nação. (Queiram, por favor, dirigir-se ao imaculado Partido dos Trabalhadores. Peçam para falar com o Sr. José Dirceu.)
A terceira é falta de identificação de nossos quadros dirigentes com o futuro do Brasil. (Aqui está, finalmente, uma verdade absoluta!)

Por conta dessa falta, ainda não se consolidou entre nós o desejo de lutar para afirmar, dentro da humanidade, nossa originalidade coletiva e para transmitir mensagem que seja universal justamente por ser singular. (Claro! Precisamos conscientizar a nação para envidar esforços e demonstrar a excelência do rebolado de nossas cabrochas e dos benefícios da jabuticaba para a saúde dos povos, mundo afora.)

Não começaremos a aproveitar aquele potencial e a superar estas ameaças se continuarmos, depois da eleição, as rivalidades e as confusões de antes da eleição. (E nem se tiverem de perder tanto tempo se defendendo da rica e variada quantidade de crimes que tão injustamente "dizem" que praticaram nesse período. Ou o tempo que perderão na cadeia pagando pelos mesmos. Isso, "com certeza" causará um enorme atraso nos planos.)

Também não o faremos pelo caminho de governo de união nacional que sacrifique a consenso gelatinoso e conservador a dialética de idéias e a inovação de rumo vitais ao país. (Sim. Rumo ao Grande Concílio de Países Contrários aos EUA, dirigido por Ahmadinejad e cujo vice seria, obviamente o Grande Guia ..., o Chávez (peguei vocês, como ele também passaria a perna no Lula, esse permanentemente desinformado coitadinho.)

Todos nós que queremos construir o desenvolvimento com inclusão e tirar a política da sombra corruptora do dinheiro precisamos nos unir. (Unger, se fosse aceito - o que não ocorreria, haja vista sua imbecilidade ímpar - deveria querer unir-se a nós, liberais, pois o PT não fez outra coisa senão usar o - nosso - dinheiro para corromper tudo o que decidiu corromper.) Lutar para que o novo governo, que, por veredicto da maioria pobre, será o do presidente reeleito, atue como agente desse projeto. (Qual? O de corromper? Que tal corromper o povo todo?) E providenciar, junto com a mudança nas regras da política, o instrumento partidário adequado. (Sim, instituindo o paredón, uns poucos gulags e, como instrumento partidário adequado, a guilhotina, não?)
Para que o Brasil mude de rumo, o presidente terá de ousar. Alguns de seus adversários de ontem terão de ser seus aliados de amanhã. (Eu apostaria forte nas maravilhosas contribuições à coisa pública e à riqueza nacional que seriam empreendidas pelos seus inimigos históricos e ilibados tribunos, Sarney, Barbalho, Quércia, Newtão, Aldo, Ronan, Janene, para citar apenas alguns dos mais operosos, além dos próceres inatacáveis do Partido, Dirceu, Genoíno, Delúbio, Cunha, Palocci, Silvinho, Duda, Mercadante, Guadagnin. Temo deixar muita gente de fora e ser chamado de injusto.) O debate nacional terá de contar com mais, não menos, contraste de posições. E a nação toda terá de encontrar dentro de si os recursos, de magnanimidade e de clarividência, necessários a seu engrandecimento. (Quem sabe procurando nas cuecas dos amigos, ou na retórica de Gil, Betti & Tiso ou ainda na capacidade de antevisão e empulhamento popular dos descarados Marcio Thomaz Bastos e Marco Aurélio Garcia. )


www.law.harvard.edu/unger

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